Leitura: desde o prefácio da minha vida

Por Patrícia Lapuente, para Coletiva.net, em especial de Semana da Mulher

Sou da época da saudosa MTV Brasil e acompanhava grande parte da programação. Volta e meia, durante os intervalos, uma propaganda, com toda a tela preta e dizeres em branco, bradava: "Desliga a TV e vá ler um livro". Eu nunca entendi direito aquilo, afinal, a leitura sempre foi um hábito para mim. Não conseguia entender como tinha que ter uma ação como aquela para conscientizar as pessoas sobre os benefícios e prazeres da leitura.

Foi então que comecei a perceber que a maioria dos colegas de escola não liam os livros para as aulas de Literatura e Filosofia, tampouco isso mudou na época de prestar vestibular. Preguiça? Bem provável. O que é uma pena, na minha humilde opinião. Não vou aqui ficar citando tudo o que a leitura é capaz de proporcionar, o que fica é a reflexão: você já consumiu todos os tipos de livros em todas as plataformas possíveis? Isso faz uma BAITA diferença.

Minha paixão pelos livros vem de casa: meus avós se conheceram enquanto trabalhavam em uma gráfica que, em sua grande parte, imprimia as publicações; minha mãe seguiu pelo mesmo caminho e a vida inteira trabalhou no mesmo setor; e meu pai trabalhou por um bom tempo em uma editora. Ter contato com livros não era uma opção naquela época - ainda bem!

Mais tarde, lembro-me claramente da minha melhor amiga da infância ler algumas páginas de um gibi da Turma da Mônica, enquanto eu ficava fascinada em como todos aqueles "desenhos" poderiam se transformar em palavras. Minha vó sempre leu esses mesmos Gibis para mim, é verdade, mas eu queria mais. Muito mais. Queria aprender a desvendar por mim mesma o que havia por trás daquele conjunto de letras.

E, assim que me aventurei neste mundo, nunca mais saí. Tenho guardado até hoje o primeiro livro "maiorzinho" que li e o guardo com muito carinho: 'O Primeiro Amor de Laurinha'. Todas as vezes que paro para desocupar minhas prateleiras - que não suportam mais receber quantidades exorbitantes de publicações -, sempre tento colocá-lo para doação, mas nunca consigo.

Falando em prateleiras, acabei me rendendo ao famoso kindle e aos e-books. Achei que estaria otimizando o espaço, pois estava em um momento de pensar duas vezes antes de comprar um livro, e acabei entrando em outro dilema: FOMO. Já não bastasse todo sentimento de estar perdendo algo com séries e filmes, acabei levando isso também para outro lazer, a leitura.

Quando me perguntam: livro impresso ou kindle? Sempre respondo: os dois. Depende do momento. Simples. Enquanto amo pegar e folhear o papel enquanto estou sentada em uma rede na praia, por exemplo, nada melhor do que o kindle proporciona nos minutos antes de pegar no sono que reservo todas as noites enquanto estou deitada.

E, assim, aos 32 anos, vou colecionando cada vez mais páginas e histórias. Seja romance, comédia romântica, drama, clássico, histórico, suspense, biografias, crônicas e etc. Eu amo e sempre amarei ler. Afinal, desde o prefácio, a leitura sempre esteve lá.

Patrícia Lapuente é gerente de Conteúdo de Coletiva.net

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