O Jornalismo está ameaçado?

Por Balala Campos, para Coletiva.net

Balala Campos - Arquivo pessoal

O avanço da Inteligência Artificial, e mais recentemente, a chegada do ChatGPT, tem nos levado à reflexão sobre os limites da atividade jornalística. O mesmo tema nos leva a questionarmos qual é o nosso território, em meio a esta avalanche de textos prontos, ao simples clicar de um botão. Se através desta ferramenta podemos construir textos sobre assuntos dos mais diversos, onde fica a necessidade do nosso fazer profissional?

Juntar informações sobre determinado assunto não é tarefa difícil, ainda mais para os algoritmos, devidamente preparados para tal. Mas será um texto feito pelo ChatGPT dotado da mesma criatividade e sofisticação de pensamento, do qual é capaz um bom jornalista?

Tenho dúvidas e me inclino a pensar que, por enquanto, somente a mente humana, voltada para a pesquisa séria, a curadoria de informações, a capacidade de análise, e a criatividade, é capaz de produzir um texto de nível elevado, que foge ao lugar comum. E isto porque é conduzido por alguém que tem racionalidade, intuição, sentimentos e liberdade de pensamento, o que os algoritmos, parece, ainda não têm.

Neste sentido, a atividade jornalística parece não estar abalada em sua essência, que é a da curadoria de informações, ainda uma capacidade somente humana. A busca por noticiar os fatos, com a verificação das fontes e, de preferência, com a mostra dos dois lados envolvidos, a capacidade de análise em artigos jornalísticos, onde o autor se responsabiliza pelo seu texto, ainda é uma bússola segura para que a população possa se  abastecer de notícias e opiniões.

Que venha o ChatGPT, o nosso território ainda está seguro, e talvez permaneça forte e insubstituível enquanto as máquinas não tiverem a capacidade humana de discernir, analisar, sentir e pensar.  

Balala Campos é jornalista.

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