O otimista e o Rio Grande do Sul

Por Fernando Silveira, para o Coletiva.net

Um breve relato que poderia ser apenas uma placa com: eu acredito.

O Rio Grande do Sul é o melhor lugar para se investir neste momento.
Sim, é isso mesmo. Discordando ou concordando, tenho certeza que ao começar um texto com uma afirmação dessas, muitos farão a pergunta: quando ele escreveu isso? Pois bem, estou em Porto Alegre, em uma sala na qual os olhos ficam ao alcance de uma janela por onde se vê o Guaíba, num desses dias entre maio e junho de 2024. E sim, repito, acredito que esta seja a hora de investir por aqui. Contrariar a tristeza e encarar de forma totalmente otimista pode parecer complacente, mas alguns fatos formam a base para a afirmação acima.

O primeiro deles é muito simples e manjado, mas também é algo que move o mercado de ações desde sempre: compre na baixa e venda na alta. Digamos que esta terra passa por uma fase difícil e está muito mais fácil negociar conosco. Experimente aproveitar essa baixa e não tenha receio de acionar empresas gaúchas de qualquer natureza. Indústrias, varejo, serviços especializados e demais negócios precisam gerar fluxo de caixa. OK, não seja um explorador, mas pense que mais do que nunca estamos dispostos a agilizar negócios.

Outro ponto importante está no potencial de consumo. Ao contrário do que pode parecer através dos noticiários, atualmente a imensa maioria do estado segue funcionando. Existem alguns gargalos de logística ou de ordem similar, mas os gaúchos estão consumindo e a sua empresa ou marca, se bem posicionada neste momento, pode conquistar um mercado forte por muito tempo. Ganhe o coração deste povo agora e a gratidão será eterna. Lembre-se: a emoção ainda é o grande motor das decisões.

Agora, sendo racional como uma planilha financeira, vamos a outros aspectos que estão na agenda da retomada com o olhar para frente. Começando pelo ponto situacional da limpeza e da reconstrução. Não há como reconstruir sem injeção de verba, portanto sim, haverá capital para girar por aqui e certamente fornecedores, prestadores de serviços e autônomos terão muito trabalho. E, por óbvio, quando profissionais são remunerados, o dinheiro troca de mãos e começamos a aquecer a economia. Mas não fique somente na limpeza e levante os olhos para um tempo seguinte: reparos. Muitas coisas precisarão de consertos antes mesmo de substituição, o que acarretará buscas por soluções em diversos setores. De bate-pronto lembro de mecânicas automotivas, equipamentos elétricos, materiais de construção, eletrodomésticos e, claro, todo o varejo de peças para a execução desses serviços. Tudo isso passa por pessoas/empresas com compram/contratam e pessoas/empresas que vendem/atendem.

Também vale a pena tirar um pouco foco apenas das oportunidades que os estragos já estão gerando. A publicidade tem muito a fazer neste momento. As marcas locais estão sendo observadas com muito mais atenção e podem aproveitar este momento para acelerar suas expansões. Agências de propaganda ganham desafios estratégicos importantes para as mesmas marcas locais, mas também para as nacionais, que normalmente já precisariam de apoio para regionalização de sua comunicação e que agora estão ainda mais cuidadosas no "o que, como e quando" comunicar.

Invista no Rio Grande do Sul, contrate uma agência de propaganda gaúcha para tornar esse investimento ainda mais rentável, aproveite as produtoras e fornecedores locais para facilitar ainda mais e, por fim, aproveite os veículos locais para potencializar a pleno. Pacote perfeito.

Diante de tudo isso, fica claro que quanto maior for a velocidade desse movimento econômico, maior serão as atividades, as empresas precisarão de profissionais, então empregos (re)surgirão, ativos valorizarão e pessoas consumirão ainda mais. Ou seja, investiu na baixa e faturará na alta.

Em resumo: a hora de estar no Rio Grande do Sul é agora. O momento de buscar oportunidades é este. Não tenha receio. Venha. Porque olhar para frente com o otimismo de quem acredita no potencial dos negócios é uma obrigação de quem conhece o histórico repleto de façanhas que por aqui acontecem.

Fernando Silveira, presidente da ARP e diretor na Fenapro e no Sinapro/RS

 

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