Publicitário(a): faça menos, porém melhor

Por Liana Bazanela, para Coletiva.net

Aprendemos desde cedo que trabalhar intensamente é sinônimo de sucesso. Na publicidade, a "cultura da pizza" foi, por anos, símbolo de produtividade. Fomos incentivados a fazer sempre mais, em um ritmo cada vez maior. E a ideia de que podemos e temos que fazer isso foi multiplicada pela tecnologia, deixando o cenário ainda mais complexo e exaustivo. 

Mas, será que estamos dando nossa contribuição ao que realmente importa? Quantas horas do seu dia você utiliza efetivamente para refletir, amar, cuidar da saúde, investir em novas experiências, aprender com a vida? Não precisamos voltar ou parar no tempo, apenas prestar atenção em nós mesmos e nos nossos limites, desfrutar do que é essencial e dá a energia para encarar tantos desafios. Eles exigem de você o que você tem de melhor: o lado humano.

Precisamos usar toda nossa sensibilidade de publicitário para entender as pessoas. Não é sobre vender produtos e serviços, é sobre conquistar. Mais esforço não gera, necessariamente, mais resultado. Dedique o seu tempo a poucos, porém importantes problemas que precisam de resolução. Feito é melhor que perfeito - e isso não quer dizer mal feito.

O escritor e estrategista de liderança e negócios, Greg Mckeown, já diria que "podemos fazer de tudo, mas não tudo". Em seu livro "Essencialismo", há um pensamento de Lao-Tsé que deveria ser incorporado por todos que querem fazer a diferença para marcas: "para obter conhecimento, acrescente mais todo dia. Para obter sabedoria, subtraia".

Faça melhor uso do seu tempo, da sua inteligência, da sua criatividade, do seu talento para construir relevância. Não mensure novos desafios com métricas do passado. Defina o que é importante, o que é urgente e o que é circunstancial. Citando o escritor Christian Barbosa, "pare de correr e comece a andar".

Liana Bazanela é publicitária, presidente da Associação Riograndense de Publicidade (ARP) e CEO da Do IT

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