Streaming: nosso mercado de trabalho do audiovisual está pronto?

De Danilo Teixeira, para Coletiva.net

Conteúdo com imagem e som, views, likes, vinhetas, caracteres, ao vivo, lives, chat e por aí vai. Essas são palavras faladas e usadas por profissionais da comunicação do rádio, jornal, TV e do streaming. A pergunta é se existem profissionais capacitados para atuar nas novas plataformas?

Esse modelo de conteúdo e de negócio só aumenta no Brasil e no mundo. Neste artigo vou falar mais especificamente do Esporte. O Streaming não é só TV numa plataforma digital; não é só rádio com imagens; não é só um canal digital de um site de notícias, fofoca ou esporte. O Streaming parece cada vez mais ser tudo isso reunido, mas feito de uma outra forma e conquistou um outro público.

Nas Olimpíadas de Paris, A Cazé TV, uma produção da empresa de mídia Live Mode transmitiu pelo streaming 800 horas de competições esportivas direto da França. O retorno de audiência foi surpreendente. Segundo a reportagem do Meio & Mensagem , apenas no Youtube, foram 41 milhões de dispositivos alcançados nessas 800 horas entre Julho e Agosto. Um recorde neste segmento e cheio de recados para o audiovisual: primeiramente, nós estamos mudando o nosso comportamento e modo de consumir o audiovisual, também, esse novo modelo de negócio deve ganhar ainda mais espaço nos próximos eventos esportivos.

Como tudo tem lado bom e ruim, a crítica ficou por conta dos usuários, nos chats do canal: "Imagem e transmissões ótimas porém poderia ter mais qualidade nos comentaristas e programas que abordavam o conteúdo olímpico", reclamou um seguidor. Resultado, fuga de público para a TV aberta. Notável que a TV Globo, em apenas algumas competições como ginástica e futebol, atingiu, por exemplo, a audiência de 71 milhões de pessoas com a final do futebol feminino, segundo os números divulgados.
Será que o Streaming já está capacitado para atender essa demanda que vem se agigantando?

Conheço exemplos de profissionais excelentes do Esporte que assumiram cadeiras para liderar o Streaming, migrando de área de negócio, já de olho no futuro próximo. A cada dia que passa, buscam se adaptar às rápidas mudanças, um desafio ainda maior, pois a formação e a experiência foram desenvolvidas no rádio e na TV. Nativos de veículos tradicionais vão correndo atrás do novo.

Devemos refletir esse momento do audiovisual na internet, onde percebo que há falta de capacitação e conhecimento para executar o Streaming. Mas quem vai ensinar esse novo modelo? A aprendizagem está cada vez mais dinâmica, o formato está em constante transformação. Não há uma cartilha, regra ou premissas determinadas para os profissionais. Até porque, se alguém tiver o "manual" do Streaming, rapidamente já terá mudado a forma de criar, executar e distribuir os novos produtos.

Danilo Teixeira é Gestor de TV e plataformas digitais, mestrando em Comunicação e Gestor de TV com experiências em RBS, SBT e Record

 

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