No limite da prepotência

Por Adão Olilveira O Jornal Nacional, campeão de audiência da poderosa Rede Globo de Televisão, estreou suas entrevistas com os principais candidatos à presidência …

Por Adão Olilveira
O Jornal Nacional, campeão de audiência da poderosa Rede Globo de Televisão, estreou suas entrevistas com os principais candidatos à presidência da República, na segunda-feira, no limite da grosseria, da prepotência.
A primeira participação foi de Dilma Rousseff, candidata do PT à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Willian Bonner e Fátima Bernardes, na tentativa de mostrar independência, foram mais do que implacáveis: foram deselegantes e até impiedosos com a candidata.
Os dois questionavam, mas não mostravam nenhum interesse em ouvir a resposta. Por várias vezes a interromperam, não permitindo, inclusive, que a ex-ministra concluísse o seu raciocínio.
O ponto alto da arrogância se deu no momento em que o apresentador Bonner se referiu a uma pretensa afirmação do presidente Lula de que "La Rousseff" "maltratava seus colegas ministros".
Elegante, Dilma defendeu-se alegando que apenas cobrava resultados para que as coisas acontecessem. Em nenhum momento, no entanto, ela se queixou a Bonner e Fátima de estar sendo maltratada na bancada do Jornal Nacional, com o testemunho de milhões de telespectadores.
O comportamento do casal passou a impressão de que os dois estavam dispostos a colocar a candidata numa tremenda "saia justa". A repercussão da entrevista pegou muito mal para a "Globo".
O pessoal ligado ao PT está indignado. Até os simpatizantes da candidatura de José Serra (PSDB) reconhecem que a dupla de apresentadores do Jornal Nacional "carregou nas tintas".
A mim parece que os dois trataram da eleição para a presidência da República como se estivessem falando sobre futebol com Dunga, o esquecido ex-técnico da seleção brasileira.
Levar um convidado para uma entrevista na bancada do Jornal Nacional e tratá-lo com provocações baratas é, no mínimo, não ter noção da importância do JN junto ao telespectador brasileiro: uma referência nacional.
A "Globo", com isso, perdeu uma bela oportunidade de melhor informar.
Pobre eleitor!

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