Ele foi o autor de uma das fotos que mais circulou na imprensa quando da tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria. Lauro Alves foi quem registrou Yasmin Müller debruçada no caixão do namorado e usando o chapéu preferido dele. Em conversa com Coletiva.net, o fotógrafo de Zero Hora disse que estar neste julgamento é tão íntimo quanto o momento que fez a imagem.

"Morei e trabalhei na cidade, conhecia muita gente que se foi e também entre os sobreviventes. Então, é uma ligação eterna com essa cobertura em específico", revelou ele ao portal. Para Lauro, lembrar da foto e do respeito que teve em não identificar a menina na época presume que ele, a exemplo de outros profissionais, não se desligaria nunca mais do caso.

Na opinião do fotógrafo, voltar para a pauta, estar no julgamento, rever colegas de profissão com quem viveu a tragédia lado a lado, alguns com quem estudou e compartilhou diversos momentos, faz com que esse júri não seja apenas íntimo, mas comum com outros julgamentos que virão referentes a perdas. "Essa oportunidade mostra que o Jornalismo é uma força muito importante no processo de mediar o que e como acontece na sociedade", finalizou.

Em uma iniciativa entre Coletiva.net e Coletiva.rádio conteúdos especiais são gerados durante todo o julgamento - e a ação conta com o apoio institucional da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). O objetivo da cobertura especial é mostrar ao público a atuação da imprensa, com matérias, fotos, entrevistas exclusivas e a visão dos jornalistas credenciados para acompanhar o que deverá ser o maior julgamento da história do judiciário gaúcho.