"É uma carga muito grande de informação que a gente tem que lidar, processar e botar no ar." Foi assim que a repórter do G1RS Janaína Lopes descreveu a rotina de quem está trabalhando na cobertura do julgamento da Boate Kiss. O júri chegou hoje, 9, ao seu nono dia e o sentimento da jornalista é de exaustão. "A cada minuto é uma coisa diferente que a gente tem que entender, ir atrás, apurar e botar no ar de uma forma que as pessoas entendam", justificou.

Janaína assumiu a cobertura assim que retornou de férias, mas afirma que já estava se preparando para a função desde quando o julgamento ainda seria em Santa Maria. Além da leitura de trechos do processo, também estudou reportagens da época sobre o ocorrido e fez a leitura do livro 'Todo dia a mesma noite' da jornalista Daniela Arbex. "Foram saindo as decisões, a gente estava acompanhando a definição da data, de onde ia ser, se seria aqui ou em Santa Maria, então a gente ia sempre, aos pouquinhos, se preparando", explicou.

A jornalista acredita que é quase impossível separar o lado profissional do lado humano, principalmente na escuta dos relatos dos familiares, que a deixam muito sensibilizada. Contudo, em suas publicações, ela busca sempre equilibrar as falas da defesa e do Ministério Público. De acordo com ela, trata-se de um julgamento com muitos lados e não cabe ao jornalista defender nenhum. "É tocante, é difícil, mas o jornalista tem que ficar um pouco distante. É melhor assim. Eu acho que a matéria fica mais interessante", concluiu.

Em uma iniciativa entre Coletiva.net e Coletiva.rádio conteúdos especiais são gerados durante todo o julgamento - e a ação conta com o apoio institucional da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). O objetivo da cobertura especial é mostrar ao público a atuação da imprensa, com matérias, fotos, entrevistas exclusivas e a visão dos jornalistas credenciados para acompanhar o que deverá ser o maior julgamento da história do judiciário gaúcho.