Fotógrafo da associação de familiares das vítimas chama tragédia de massacre

D'Artagnan Baldez Figueiredo diz que, como profissional de imagem, não poderia deixar de registrar caso da Boate Kiss

D'Artagnan Baldez Figueiredo, fotógrafo da AVTSM - Divulgação/Coletiva.net

D'Artagnan Baldez Figueiredo, fotógrafo da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), exerce essa função desde 2013, quando do incêndio da Boate Kiss. Ao Coletiva.net, ele foi enfático: "Chamam de tragédia, mas o correto é falar em massacre, em função de todas as irresponsabilidades que ocorreram durante o incêndio. Um exemplo disso é ter apenas quatro réus no julgamento", desabafou.

Para D'Artagnan, é sua função como fotógrafo registrar os movimentos sociais, portanto não poderia deixar de fazer esse acompanhamento. Ao fazer isso, disse ele, acaba por se tornar parte de uma família, que são os pais das vítimas e sobreviventes. "Somos um grupo de pessoas que luta para que o caso Kiss não se repita", resumiu.

Na próxima semana, o profissional colocará na tenda da AVTSM, localizada ao lado do Foro Central, uma exposição fotográfica do interior da boate após o incêndio. "As imagens mostram o quanto aquele lugar era uma ratoeira, um labirinto, que fez com que as pessoas não pudessem sair de lá", lamentou, dizendo também que os registros provam que "a ganância era muito mais importante que as vidas".

Em uma iniciativa entre Coletiva.net e Coletiva.rádio conteúdos especiais são gerados durante todo o julgamento - e a ação conta com o apoio institucional da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). O objetivo da cobertura especial é mostrar ao público a atuação da imprensa, com matérias, fotos, entrevistas exclusivas e a visão dos jornalistas credenciados para acompanhar o que deverá ser o maior julgamento da história do judiciário gaúcho.

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