SXSW: Produtores projetam futuro da indústria da música em bate-papo

Adam Shore, da Driift, conduziu a conversa entre Michelle Cable, da Panache Booking, Panache Management, e Tom Windish, da Paradigm Talent Agency

Painel no SXSW debateu futuro da música

A maior parte dos artistas ganha dinheiro nas turnês, porém, com a pandemia, os shows foram cancelados e as viagens também, o que fez com que a indústria da música se visse em um novo momento. Para falar sobre o futuro do setor, participaram de um bate-papo os agentes Michelle Cable, que é gerente da Panache Booking, Panache Management; e Tom Windish, executivo da Paradigm Talent Agency. Quem conduziu a conversa foi Adam Shore, da Driift, durante a programação do SXSW 2021.

Tentando fazer um exercício de futurologia, Michelle acredita que muitos aspectos vão mudar quando as turnês voltarem em um mundo pós-pandemia. Protocolos de segurança para evitar contágio da doença, planejamento bem estruturado para evitar que alguma coisa mude na última hora, são algumas questões que devem permear o retorno dos shows. "Mas ainda não sabemos, temos esperança de voltarmos aos shows mesmo que usando máscara e respeitando o distanciamento social", comentou.

Segundo ela, que trabalha com alguns artistas australianos, na Austrália alguns artistas já voltaram a se apresentar para o público, porém com cuidados redobrados, buscando sempre a segurança do artista, da sua equipe e do público. "Cada lugar que a staff vai precisa ser rastreado e notificado e, no local do show, é preciso aumentar a vigilância para verificar se as pessoas estão usando máscara", contou.

Tom, por sua vez, confessou ter inveja de como a Austrália e outros países estão lidando com a pandemia e que sente muito que nos Estados Unidos a situação esteja tão complicada. Ele acredita que os artistas estão preocupados em seguir protocolos de segurança e defende que o governo crie uma regulamentação para a volta dos shows. Mas lamentou que ainda acha muito cedo para traçar um panorama.

A parte financeira é uma das preocupações para Tom, que reflete sobre como serão viabilizados os custos adicionais para esses cuidados contra a Covid. "Tenho certeza de que isso vai afetar negativamente a classe artística. E será diferente em cada lugar, mas é cedo para saber isso", declarou. Ele ainda comentou que acha que o preço dos ingressos vai subir, já que é uma maneira de arrecadar dinheiro para esse tipo de custo. "Como será que o público vai enxergar isso? Será que vai aprovar?", questionou.

Outro tópico abordado por Michelle foi como os artistas com quem ela trabalha aproveitaram esses tempos de pandemia e, segundo ela, eles usaram o período para se reinventar profissionalmente, além de descansar e refletir sobre a carreira. Tom também comentou sobre isso e disse que seus clientes agiram do mesmo modo. "Esse novo tempo deu aos artistas a chance de dar um passo para trás e reavaliar todo o negócio, a maneira como se comunicam com os fãs e conquistar mais seguidores", analisou, mencionando que as redes sociais são um dos caminhos para melhorar o trabalho destes profissionais. "A maioria dos artistas não têm especialistas que os ajudem com as estratégias de mídia social", informou.


Coletiva.net realiza pela terceira vez a cobertura do South by Southwest (SXSW), com o apoio da Alright. Realizado normalmente no Texas, estado norte-americano, em função da pandemia de Covid-19 o festival de Inovação, Cultura e Criatividade acontecerá neste ano de maneira on-line. A repórter especial do portal Gabriela Boesel é quem acompanha o evento pela segunda vez, e relata as principais tendências e insights de personalidades e empresários de grandes players mundiais.

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