Ferramentas de visualização de dados aceleram decisões e reduzem riscos
Dashboards e relatórios inteligentes exigem cultura de dados, estrutura organizada e storytelling claro por trás das métricas

A quantidade de dados gerados nunca foi tão grande e transformá-los em informação útil é um desafio estratégico para muitas empresas. Em um cenário em que decisões precisam ser tomadas com agilidade, a visualização de dados surge como aliada para traduzir números complexos em insights claros, acessíveis e aplicáveis. Mais do que gráficos coloridos, trata-se de construir narrativas visuais capazes de orientar escolhas, prever tendências e conectar métricas a resultados.
Para João Paulo Castro, CEO da Datrix, empresa especializada em modelagem estatística de dados digitais, a visualização de dados já é um dos fundamentos das estratégias de Marketing e Comunicação. "O mundo caminhou na direção de uma tecnologia que disponibiliza uma série de ferramentas que agilizam esse processo", afirma. Além disso, a capacidade de olhar para as informações de forma estruturada possui um papel de ativo comercial que impacta diretamente em negociações, em investimentos e na relação com clientes.
Visualização de dados: o caminho até a maturidade
Apesar do avanço das ferramentas de visualização de dados, Castro alerta que muitas empresas ainda iniciam esse processo querendo um dashboard completo. Porém, antes de pensar na exibição, é necessário identificar os dados disponíveis e estruturá-los de forma que já seja possível gerar alguns insights. "Já vi muitos clientes que querem muito um dashboard para ver todos os seus dados, mas nem utilizá-lo depois de pronto", conta.
Para ele, isso acontece quando a cultura data-driven ainda não está madura o suficiente dentro da organização. "O dashboard e a visualização de dados não resolvem tanta coisa sozinhos", afirma. Segundo Castro, a criação de relatórios começa por entender qual é o desafio do cliente. A partir daí, a equipe mapeia dados disponíveis, identifica lacunas e define metodologias de observação.
No entanto, nem sempre há informação suficiente e útil: "Existe uma ideia de que quando se tem muitos dados é possível resolver muitos problemas, mas nem sempre é o caso". Às vezes, será preciso estruturar novas formas de capturar dados e estudá-los - é aqui que entra a criação de métodos e processos de observação desses dados.
Inteligência Artificial na visualização de dados
A Inteligência Artificial em si não é uma novidade nas ferramentas de visualização de dados. "Já usamos algoritmos de compreensão de grandes volumes de dados há cerca de dez anos", explica. O grande salto surge com a capacidade generativa da IA. Na Datrix, por exemplo, ela já é aplicada "de cabo a rabo" e um de seus usos mais inovadores é na classificação dos dados captados.

Castro cita como exemplo os comentários que uma empresa ou pessoa recebe nas redes sociais. "As ferramentas de IA que temos hoje já fazem uma classificação automática se aquele comentário é positivo, negativo ou neutro. No passado, aplicávamos muito mais trabalho humano para isso", destaca.
Outro bom uso da Inteligência Artificial generativa é na forma de apresentar os dados. "Conseguimos ter diferentes opções de design e de storytelling", pontua. No entanto, o executivo ressalta que ainda confia muito no olhar e na decisão humana. "Eu não uso a IA para o fechamento do trabalho. Confio mais na minha visão. Mas se eu tenho uma ideia do que quero apresentar eu posso pedir opções, escolher a que se encaixa melhor e ir trabalhando em cima dela", afirma.
100% essencial para qualquer negócio
Para Castro, a visualização de dados na Comunicação não é mais opcional. "Não consigo imaginar uma empresa crescendo sem algum tipo de análise de dados. Pode não ser um processo completo, mas, em algum nível, a maioria já aplica", diz. O grau de maturidade e tecnologia varia, mas a necessidade é universal. Além disso, a aplicação vai muito além dos dashboards: inclui pesquisas de opinião, social listening, mapeamento de influenciadores e análises de mercado.
A visualização de dados não é apenas uma questão estética ou tecnológica - é uma mudança de mentalidade. Empresas que estruturam seus processos, cultivam uma cultura orientada por dados e unem técnica a storytelling têm mais clareza para agir e mais poder para inovar. Nesse cenário, dashboards e relatórios deixam de ser conteúdos frios e passam a ser mapas estratégicos, capazes de guiar decisões com precisão e impacto, em um mercado onde informação bem apresentada pode ser a diferença entre acompanhar a concorrência ou liderar o caminho.
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