A falta de percepção é um negócio muito sério. O excesso realmente embota. O que poderíamos fazer, então, para aguçar a percepção? Essa é uma questão que poderíamos propor aos teóricos. Porém, antes, a nós mesmos. Para complicar, a percepção é prática, o que torna tudo mais difícil. Certamente, aprendemos melhor na teoria e todo o conhecimento é teoria. Através do aprender, exercitamos, pelo menos, o raciocínio. Em uma aula sobre arte, por exemplo, o registro que levamos dura ainda mais tempo. No entanto, quando encontramos esse prazer de aprender, ele não dura. A prática dominante é desdenhar ao invés de desenhar. A posição humilde do que não conhece, porém sabe que conhecer é importante, é uma atitude rara.
      Outro obstáculo para desenvolver a percepção diz respeito à qualidade da percepção que iremos estimular. Ela não deve, por exemplo, ser desperdiçada em provocações ou violência, destino que não queremos. Portanto, tal desenvolvimento deve buscar o que for construtivo, o que nos deixe felizes e bem vivos.
      Desenvolver percepção é obrigação, hoje. Em uma época em que os conceitos se difundiram e perderam um pouco do significado.
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