A reinvenção da Comunicação ou de seus profissionais?

No último final de semana, aconteceu a terceira edição do CongregaRP, evento regional sobre Relações Públicas, realizado pela ABRP RS/SC, da qual faço parte da diretoria, lá na Unisinos de São Leopoldo. Desde quando começamos a pensar no congresso, no que a gente queria oferecer aos associados e aos relações-públicas de forma geral, imaginamos que aproximar as mais diversas áreas seria o mais importante. Queríamos apresentar desde a parte mais tradicional, por assim dizer, da profissão até as novas possibilidades que estão aparecendo com as tecnologias e afins. Para a gente, não tinha outro caminho a seguir, principalmente, porque nas pesquisas feitas nos finais de cursos e do último evento, o pessoal pedia por isso. Fora que quem é da área sempre dá aquela reclamadinha que não tem evento focado em RP com foco no mercado e por aí vai.

Conseguimos montar um evento redondo, com profissionais de grandes empresas como General Motors, AGCO e Dell, e tivemos palestras e painéis sobre o papel estratégico do profissional nas organizações, comunicação interna e diversidade, o uso das tecnologias na comunicação, o momento empreendedor dos relações-públicas. Nos workshops oferecidos, falamos de assessoria de comunicação esportiva, comunicação política no período de eleições, marketing de influência e empreendedorismo. Tivemos as presenças da presidente do Conferp e do presidente da ABRP nacional. Inclusive, tivemos a posse da nova diretoria no evento.

Modéstia à parte, foi um baita evento. Mas, confesso, fiquei um pouco decepcionada. Minha decepção não foi com o CongregaRP, apesar de alguns ajustes que poderiam ser feitos. Sempre tem. E, nós da executiva, sabemos bem em quais partes precisamos melhor. Mas, sim, com meus futuros colegas de profissão. Os chamo de futuros apenas porque ainda não tenho registro e não posso sair dizendo aos quatro ventos que sou uma RP, apesar de já me considerar uma. Bom, isso não vem ao caso agora.

Sempre escuto o mesmo discurso dizendo que o espaço dos RPs está sendo tomado por outros profissionais, que agências estão o usando o termo PR para dizerem que fazem Relações Públicas sem ao menos ter um único profissional da área ou entenderam, realmente, o que elas são. E o que os relações-públicas fazem quando tem algum evento, curso ou ação realizada por uma entidade da área? Não aparecem. Não participam. Não se associam. Não se registram. Meu alento, em parte, é ver que alguns estudantes acreditam que se fazerem presentes nas discussões é importante. 

O tema desta edição do CongregaRP foi a 'Reinvenção da Comunicação'. Uma das palestrantes até argumentou que não se reinventava a comunicação, mas a gente a adaptava às novas tecnologias. Mas não adianta de nada tentar transformar o mercado, se os próprios profissionais não se reinventam e não tentam se adaptar aos novos cenários. Continuaremos buscando, e porque não dizer lutando, por espaços de discussões sobre as Relações Públicas e, sempre que possível, ofertando cursos e eventos para quem quer realmente se reinventar. E para quem quer saber um pouco mais sobre o trabalho da ABRP RS/SC, podemos conversar qualquer dia desses ou comece acessando www.abrprssc.com.

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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