Amor de mãe é colorido

Por Luan Pires

Um dos movimentos que mais gosto de vocês, humanos, é a celebração do Dia das Mães. Eu não sei se eu já falei isso aqui nessa coluna, mas quando pairo entre os humanos, consigo ver ondas imagéticas coloridas na volta de cada um. Nenhuma onda é igual a outra e todas mudam quando entram em contato umas com as outras virando uma nova e única cor. Às vezes, me transformo em vento para olhar mais de perto essas colorações, principalmente quando vocês interagem com suas mães. 

Vejo que no dia a dia, quando uma mãe e um filho interagem sobre algo sério há uma coloração cinza, densa, quase como uma nuvem prestes a chover. Mas lá dentro, como um sol vibrando em uma onda diferente, vejo um rosa vívido e brilhante. O cinza mostra que há uma camada de preocupação, de medo, de responsabilidade muitas vezes encobrindo o belo e singelo desejo de que aquele filho seja feliz por meio do amor que ela dá a ele. Se os filhos pudessem ver isso, entenderiam que amor de mãe é preocupado, nervoso e tenso, às vezes, mas recheado de amor leal.

Gosto de ver também quando uma mãe dá colo para um filho ou um filho dá colo para a sua mãe. As cores que se formam na volta são de um azul celestial pálido e espumoso, quase tão sutil quanto a linha invisível que liga aqueles dois seres. É como se apesar das dores, dos problemas e das visões diferentes, os dois se conectassem num momento isolado do espaço-tempo. Assim, um cafuné na cabeça, um "eu estou aqui", ou "eu te amo de qualquer maneira" têm o poder de fazer qualquer raio e trovão desaparecer. 

Amor de mãe é brisa em céu azul, mas também nuvem em dia de chuva. É rosa em estado fosforescente. É colorido e leve, denso e brilhante. Amor de mãe não é perfeito: eu vejo nas colorações verdes explosivas que surgem quando se arrependem de algo, aquele verde quase amarelo queimado de quem queria ter feito mais e não conseguiu. Ao mesmo tempo que amor de filho está longe da perfeição, como aquelas palavras que nascem como um vermelho-sangue e machucam justamente, eu sei, quem eles amam mais: suas mães.

A beleza do colorido da relação de uma mãe e de um filho é justamente a mistura, os efeitos, as mudanças e como um pode influenciar o outro. É, resumidamente, uma nuvem de espectros mais coloridos que o arco-íris. Por isso, apenas para o meu deleite, continuem amando e sendo amados, errando e perdoando, entendendo e esquecendo... continuem tentando. Amar é difícil. Amar quem a gente ama de verdade é mais ainda. Mas a beleza do colorido não está na variedade de cores e sim na intensidade que elas brilham quando um filho e uma mãe se encontram.

Um Dia das Mães colorido para todos vocês, meus queridos.

Com Amor, Vida. 

Autor
Luan Nascimento Pires é jornalista e pós-graduado em Comunicação Digital. Tem especialização em diversidade e inclusão, escrita criativa e antropologia digital, bem como em estratégia, estudos geracionais e comportamentos do consumidor. Trabalha com planejamento estratégico e pesquisa em Publicidade e Endomarketing, atuando com marcas como Unimed, Sicredi, Corsan, Coca-Cola, Auxiliadora Predial, Deezer, Feira do Livro, Museu do Festival de Cinema em Gramado, entre outras. Articulista e responsável pelo espaço de diversidade e inclusão na Coletiva.net, com projetos de grupos inclusivos em agências e ações afirmativas no mercado de Comunicação. E-mail para contato: [email protected]

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