As pequenas grandes alegrias

Por Flavio Paiva

Existem aquelas alegrias que são muito grandes: o nascimento de um filho, comprar a sua primeira casa própria, o primeiro carro. Claro que a primeira é a maior de todas, sem comparação com as outras duas, muito longe. Mas guardadas as proporções, as duas últimas também são grandes alegrias, desde que tenham demandado muito esforço.

Na verdade, as alegrias que demandarem bastante esforço vão acabar se tornando grandes, pela energia empregada, a expectativa criada e o tempo envolvido. Além de, se for o caso, os recursos financeiros poupados durante esse tempo, centavo por centavo. 

Mas as grandes alegrias podem vir também de grandes projetos. Sonhos, daqueles que imaginávamos nem ser mais possíveis e de repente: tadam. Estamos no alto deles, surfando a sua onda. Aí entra em cena o espelho retrovisor: olhamos para trás, o tanto de estrada que percorremos, tanta coisa que aconteceu, que se perdeu ou não pelo caminho. Tanto murro em ponta de faca, tanta decepção, algumas mãos estendidas, aquele empurrão para seguirmos na jornada. Até conseguir. E então, num belo dia, chegamos ao objetivo, seja ele qual for.

As surpresas sempre são muitas. Hoje muito é falado sobre empreender e a vida de empreendedor, os saltos, sustos, surpresas, alguns desgostos, correr riscos são inevitáveis ao ato de empreender. Eu iria até mais longe: viver é risco. Empreender, mais ainda. Empreender no Brasil, ainda mais.

A firmeza e o foco no caminhar, dando um passo atrás do outro, com energia (mesmo naqueles dias nublados dentro de nós) e determinação, persistência que alguns atribuirão aos capricornianos, outros aos seres humanos, outros, ainda, aos inabaláveis e focados. Keep walking. Não pare e não vá para trás nem para pegar impulso. Isso é fácil, simples de fazer? Claro que não. Aliás, em vários momentos ou fases é bem difícil. Mesmo. Mas não se pode parar. Mantenha-se em movimento, às vezes mais acelerado, às vezes mais lento. Mas nunca pare. Porque o tempo, este não para. Então, siga. Persista. Se beijar a lona, que seja. Mas se levante, mesmo com dificuldade.

Para mim, existe um poema de Gonçalves Dias, na verdade um trecho da "Canção do Tamoio", que resume parte do que falei aqui:

"Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar."

Chica Parrilla, pequeno grande prazer

Pois em um desses dias, alías um dia lindo de sol, fui convidado pelo Matheus a ir mais uma vez até o Chica. A casa é toda cuidadosamente decorada com objetos que tratam da história, que para os cinquentões como eu, foi vivida. Tem tocador de fita K-7, telefone de disco e por aí vai. Além, claro, de uma ambientação digna de uma parrilla, totalmente uruguaia. Em resumo: um ambiente em que se sente bem - e muito. Além disso - e não adiantaria ter tudo isso se os produtos não fossem bons - vem as carnes. Aí tem que parar tudo. Um sabor melhor do que o outro, a linguiça parrillera, as sobremesas...está até difícil de escrever sem correr para lá nesse momento. Se não foi ainda, vá agora mesmo. Se já foi, vá de novo! Rua São Manoel, 141. @chicaparrillaybar

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