Churrasco Masculino

Por Flávio Paiva

Apesar de ser 'o' churrasco (até segunda ordem), não sabia que tinha um gênero específico que consumia. Até porque muitas e muitas mulheres fazem churrasco, várias vezes melhor que o dos homens.

O ritual do churrasco acontece independentemente do gênero. Era mais ligado aos homens por uma questão cultural que, em pleno século XXI, eu considerava ultrapassada. Ou seja, faz churrasco quem quer. Come quem quer. Enfim, as pessoas devem ser livres para fazerem o que quiser das suas vidas, incluindo comer churrasco. Bem como não fazerem e não comerem nem mesmo carne.

Porém, está acontecendo uma polêmica na França, de tal forma que fazer/comer churrasco teve um gênero colado, associado. Sinceramente, não vejo nenhum sentido nisso. Se predominantemente mais homens fazem churrasco, não impede de forma nenhuma que as mulheres façam o mesmo.

Acontece que desde que Sandrine Rousseau, parlamentar do Partido Verde, declarou em 27 de agosto que "temos que mudar nossa mentalidade para que comer um entrecôte grelhado não seja mais um símbolo de virilidade", a confusão começou. Envolvendo políticos da extrema direita à esquerda.

A resposta que considero mais sarcástica e genial é de Fabien Roussel, secretário-geral do Partido Comunista: "O consumo de carne está ligado ao que você tem em sua carteira, não na calcinha ou na cueca". Genial.

Então, o mundo anda bastante chato em muitas coisas. O mundo foi globalmente problematizado. Todas as questões, mesmo as mais non sense, foram transformadas em problemas, em dramas. Daqui a pouco vão dizer que o ato de apertar um botão para ligar um aparelho eletrônico qualquer vai ser um ato masculino, porque o dedo é símbolo fálico e tal.

Honestamente, as pessoas não cansam de mimimi? Vamos focar nossa atenção ao que realmente merecem e aos problemas de fato relevantes, como segurança, fome, saúde, qualidade de vida, entre tantos outros. Fora desse universo de grandes pautas, deu né?

 

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