Como eles fazem?

Por Flavio Paiva

Todo mundo já se perguntou ao menos uma vida: como essa pessoa(de sucesso, seja em que área for) faz? Ou ampliando, como eles fazem? Essa, não tenho nenhuma dúvida, é uma questão que transita nas mentes de muitos, senão de todos.

Pois então veio esse fenômeno mundial e algumas coisas mudaram. Você pode ver como algumas pessoas fazem. Começou por aquela espécie de Big Brother, em que boa parte achou que a coisa mais interessante a se fazer foi mostrar a sua rotina. E essas pessoas também mostraram desde tarefas banais, como lavar a louça, etc, até uma das mais comuns: fazer pão. Fazer pão virou um certo Graal entre as pessoas, quase como a cura do Coronavírus. Foi meio engraçado por um lado e se tornou maçante por outro. Mas enfim, eles queriam compartilhar algo que entendiam realmente interessante e relevante. Talvez tendo na memória a multiplicação de pães feita por Jesus Cristo. Porque na Internet eles se multiplicaram em stories.

Até então, talvez você invejasse a esses que se animavam e postavam. Mas então começou  a acontecer outro fenômeno. Além da banalização desses stories, se viu que todo mundo era meio parecido. Os mais famosos influenciadores, se tivessem como proposta fundamental de sua influência postar conteúdos ligados a consumo, como viagens, produtos incríveis, jantares maravilhosos, ou mesmo posts de suas famílias lindas e perfeitas, perderam fortemente seu espaço. Isso porque com todos meio igualados(ok, pensemos em classe média, mas também muitas coisas igualaram a classe baixa à classe média, como a falta de um lugar pra ir), sem ter bem o que esperar, não saber quando e como será o fim, sem grandes locais pra ir e reduzindo drasticamente o consumo(também pelas incertezas econômicas e quem afinal fica mantendo um visual impecável para ficar em casa dia após dia?), as coisas mudaram.

Os influenciadores ainda podem ser influenciadores se souberem se manter influentes. Relevantes, com algo a dizer ou algo que faça que impacte de alguma forma você ou a comunidade. Caso contrário, muitos caíram quase no esquecimento(exagerando). Perderam grande parte da sua influência porque as pessoas estão buscando nesse momento algumas coisas: manter a saúde mental, responder a essas questões(quando acaba? Como acaba?), reduzir a ansiedade, encontrar significado, como faço para me manter importante no cenário econômico e outras que acabam surgindo com o prolongamento da quarentena.

Então, não tenho muitas das respostas de como eles fazem, início dessa coluna. Sei algumas coisas: explorando exatamente muitas das indagações , ansiedades e desejos dos outros. Não estou dizendo que estas respostas são simples(às vezes até são) de encontrar. As perguntas são fáceis de fazer, simples assim como eu fiz. Mas as respostas, nem tão fáceis de encontrar. O que se precisa é de um apurado senso de ocasião, entender (por instinto ou por estudo ou ambos) da alma humana e se você chegou até aqui, minha dica especial é: olhe pra dentro, se estiver morando sozinho e em home office. Ou para as pessoas que estão ao seu redor, no caso de uma casa com várias pessoas, uma família. Claro, me perguntarão, sim, mas a minha rotina com a família é de enlouquecer, com crianças pequenas correndo pela casa e querendo atenção, marido ou esposa também requerendo atenção e muitas vezes amparo, tarefas domésticas das mais variadas, as ansiedades da pandemia que citei anteriormente. De novo, não disse que era fácil. Mas encontre, nem que seja no chuveiro, um pequeno momento para uma reflexão.

Caso seja possível, nem que seja por 10 min/dia, meditação. Caso não seja, mude o ângulo. A perspectiva, o ponto de vista. Porque mudar o ângulo muda tudo, encarar as coisas de outra forma e principalmente, com o olhar mais apurado.

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