É só imagem

Havia uma música do grupo "Os Eles" que dizia assim: "(…) Esta menina é quem nem um filme mudo É só imagem (…)" A …

Havia uma música do grupo "Os Eles" que dizia assim:


"(?)


Esta menina é quem nem um filme mudo


É só imagem


(?)"


A imagem cresce em importância, dia a dia, no nosso mundo. Se retrocedermos alguns anos (nem tantos), lembraremos do tempo em que as câmeras fotográficas não eram digitais, em que os computadores exibiam telas em MS-DOS (para quem tem menos de 30 anos e que possivelmente não tenha vivido esta experiiência, se trata de uma tela totalmente preta, com as letras em branco ou, mais antigo ainda, em verde. E era só. Ou seja, vivíamos uma fase do reinado da palavra escrita.


Um dos fatores que determinou o crescimento da importância da imagem foi, sem dúvida, a tecnologia. A partir do desenvolvimento tecnológico, foi possível que sistemas operacionais como o desenvolvido pela Apple (na verdade foi o precursor, o sistema foi depois popularizado pela Microsoft) se tornassem amplamente utilizados, tornando-se quase unanimidade no mundo internético.


Também foi a tecnologia que nos permitiu acessarmos fotos e até fazermos bate-papos com imagens via microcomputador. Surgiram também o campeão de vendas do Natal passado, o DVD e, mais recentemente a câmera fotográfica digital.


Associado a isto, houve o crescimento da importância das marcas na vida das pessoas. Os produtos comiditizaram-se  e passou a ser determinante se diferenciar. Uma das maneiras foi fazer o investimento em marca, que é uma imagem cercada de valores, atributos e significados, mas uma imagem.


O problema, claro, está em tratarmos a imagem como se ela fosse tudo. Ela é importantíssima, mas não é tudo. Uma (boa) foto, por exemplo, é uma síntese. Ela concentra inúmeros significados, ela sintetiza um momento, ela permite que as palavras se tornem, em certos momentos, desnecessárias. Mas só em certos momentos.

A força da palavra se revela em eventos como o da Jornada Literária de Passo Fundo, que leva milhares de pessoas e autores de diferentes pontos do Brasil e do exterior até uma cidade do interior de nosso estado. O que as mobiliza? O prazer da palavra, da leitura. Porque a imagem é definitva em certo aspecto. Mas a leitura e a releitura nos permitem ver imagens diferentes. O que "vi" numa primeira leitura pode ser diferente do que "vejo" em uma segunda leitura. Aí está a mágica e o segredo do sucesso das palavras.

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