Esperança, escrevo para você
Por Luan Pires

Escrevo dessa vez não para os humanos, como de costume, mas para minha velha companheira Esperança. Peço desculpas a vocês, meus queridos, por um instante, mas preciso falar com ela diretamente.
Tenho observado como ela anda distante dos olhos cotidianos das pessoas, aparecendo apenas em momentos extremos, quase como último recurso. Eu sei que, você, Esperança, em sua essência, carrega um brilho delicado, e que muitas vezes os humanos não conseguem alcançá-lo.
Mas, venho pedir que lembre aos humanos que você é também mais tangível, mais presente no coração deles. Não algo preso ao horizonte que não chega.
Não digo como promessa de uma melhora absoluta porque você e eu sabemos que a perfeição não existe, mas como uma lente de otimismo voltada para o amanhã.
O futuro não será perfeito, nós duas sabemos, mas pode ser pleno de pequenos instantes perfeitos: um riso inesperado, uma conversa que aquece, um silêncio confortável, um pôr do sol que parece pintar a alma. Esses fragmentos valem a pena, mesmo em meio ao caos.
Por isso, lembre aos humamos que você não está presa ao inalcançável. Lembrar que você caminha ao lado deles, mostrando que cada dia guarda possibilidades de beleza.
Que você ensina que não é necessário esperar pelo "grande dia" para viver. Basta abrir-se para o agora e recolher os pequenos momentos entre as fotografias. Esperança é o agora, mesmo nos segundos em meio ao caos do mundo.
Com Amor,
Vida