Excesso demais

Uma recente pesquisa realizada pela Associação Americana de Agências de Publicidade mostra que os consumidores estão cansados de serem bombardeados com tantas ações de …

Uma recente pesquisa realizada pela Associação Americana de Agências de Publicidade mostra que os consumidores estão cansados de serem bombardeados com tantas ações de marketing. Chegam até mesmo a preferir empresas que não os assediem tanto.
Como dizem os torcedores de futebol: "Ah, eu já sabia!". Não é nenhuma novidade que estamos expostos a uma infindade de estímulos, acessos e sendo procurados a todo momento por empresas, ávidas em fazerem contato conosco, oferecendo seus produtos e serviços. Ocorre que muitas empresas acabaram não notando que os tempos mudaram.
Há alguns (não tantos assim) anos, divulgar o produto era o suficiente. Foi a época do boom das agências de propaganda. Porém, grande parte das empresas, ao ver os resultados satisfatórios de seus concorrentes, passaram a divulgar suas atividades. Isto gerou duas coisas: 1) aumento dos preços de mídia e 2) aumento do número de comerciais, spots, peças publicitárias em geral.
As agências e as empresas partiram então para a diversificação das mídias. Para não ficarem restritas (seja porque estas mídias eram caras, seja porque os anunciantes queriam estar presentes em outros espaços) às ações em rádio, jornal, TV e revistas (a Internet é fenômeno muito recente), começaram a ser desenvolvidas novas mídias: cartão telefônico; camiseta de clube de futebol; placas de publicidade em estádios; e portas de táxi, sem falar na proliferação da mídia exterior (outdoors, frontlights, luminosos, etc).
Foi aí que surgiu o problema. O consumidor passou a receber tantos estímulos que começou a ficar meio tonto para decidir. Porque além dos estímulos de propaganda, ele também recebe inúmeros outros estímulos de informação em geral (notícias no rádio, TV, jornal, Internet, revista). Na hora de decidir, então, o consumidor ficou atarantado. E ainda não são claros os critérios que ele utiliza para decidir suas compras, nesta Babel de informações e estímulos.
Surgiu ainda um segundo problema. O consumidor não só ficou zonzo de tanto estímulo como - e isto talvez seja ainda mais grave - cansou de tanto ser acessado. Ele não quer mais estar sendo informado a todo momento, acessado, procurado, ele quer paz. Os dados da pesquisa mostram claramente isto. Eu mesmo tratei deste assunto em recente coluna, quando dizia que estava cansado de tantas variedades de produtos.
O grande dilema a ser resolvido por empresas e anunciantes é: como divulgar seus produtos, construir marcas e, principalmente, ter uma imagem positiva e saudável na mente do consumidor, dando-lhe também um pouco de paz? Como sempre e em tudo na vida, vai ser preciso ter equilíbrio entre as duas ações. Vai valer a máxima de (se não me engano) Coco Chanel: "menos é mais".
Pesquisa

MARKETING EM EXCESSO
A Associação Americana de Agências de Publicidade divulgou números amargos na abertura de sua conferência anual na semana passada, em Miami. O levantamento realizado pela Yankelovich Partners indicou uma diminuição da eficácia das campanhas publicitárias. Apontou, ainda, um crescimento da percepção negativa da propaganda entre os consumidores. Entre os entrevistados pela enquete:



Fonte: www.istoedinheiro.com.br
Dicas de leitura
Nesta semana, estamos bem de gurus. Confira!
Bookman
A Construção de Biomarcas Globais, de Philip Kotler e Françoise Simon, 300 pág.




Biotecnologia é a bola da vez, não há nenhuma dúvida. Os autores se antecipam a temas que, ao menos para os brasileiros, são futuros. Enfatizam a importância e, principalmente, como fazer para construir e manter marcas neste mercado novo e promissor, porém altamente competitivo.

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Elsevier-Campus
Peter Drucker na Prática, do próprio, 116 pág.




Um livro enxuto, de rápida leitura, contendo 4 artigos especialmente selecionados, onde são abordados os temas

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