Futebol, Carnaval, bebida e novela
Por Renato Dornelles

Dizem que o que faz a alegria do brasileiro é futebol, Carnaval, uma bebidinha de vez em quando e novelas. Evidentemente que não podemos generalizar. Afinal, há quem não goste ou não se interesse por futebol e Carnaval, quem não beba e quem odeie novelas. No meu caso, gosto e acompanho futebol, participo de alguma forma do Carnaval, bebo socialmente e, confesso, já fui noveleiro.
Pois a vida não andou fácil para os fãs de três destes quatro itens citados acima. No futebol, mais do que as disputas entre os times, as atuações dos árbitros de campo e de vídeo estiveram no centro dos debates. Quero dizer, no caso, os erros cometidos e que acabaram influenciando nos resultados, que ficaram em segundo plano.
No Carnaval, morreu o intérprete Gilsinho, voz marcante da escola de samba mais antiga do país entre as que ainda estão em atividade, a centenária Portela, entristecendo o mundo do samba.
No meio etílico, a falsificação ou adulteração de bebidas, principalmente destiladas, com uso de metanol tem causado graves intoxicações e mortes em diferentes Estados. E nunca é demais lembrar que esse é um problema antigo, pois na década de 1990, pelo menos 51 pessoas morreram na Bahia por conta disso.
Neste grupo de quatro (futebol, carnaval, bebida e novela) a única alegria veio da novela. Curiosamente, a partir de uma morte. "Quem matou Odete Roitman?", perguntam os fãs da novela "Vale Tudo", repetindo um frisson do final dos anos 90, na primeira versão da trama da Rede Globo. Conclusão: a vida real é cheia de equívocos, perdas e crimes que só na ficção não causam dor.