Hora da separação
Por Renato Dornelles
O ano está acabando e uso este nobre espaço me concedido pela Coletiva.Net para falar de um assunto delicado: separação. Nunca é fácil falar sobre isso, mas é importante.
Ainda mais quando falar de separação significa falar de quem me apoiou praticamente o ano todo. Ou melhor, mais do que isso, literalmente me carregou, em momentos em que até caminhar tornou-se difícil.
Durante períodos, foram 24 horas de apoio e companhia. Sim, mesmo sendo indiscreto, admito que dormimos juntos. Se bem que, nestas situações, eu dormia quando conseguia e ficava ali, zelando por mim e pelo meu sono.
E nesses tempos de intolerância e polarização, não teve problemas quanto a isso. Transitou pela direita e pela esquerda, sem distinção e sem sectarismos. O importante foi me apoiar e me manter em pé.
Prometo nunca esquecê-la, pois esse apoio enfrentou até a mais terrível das enchentes já ocorridas por essas bandas. Mas é preciso ser realista: foi fundamental pra mim, mas a hora é de dizer adeus. Ah, e com toda a franqueza, não fazendo pouco caso da importância que teve, espero que seja um adeus definitivo.
Muito obrigado minha robofoot (bota ortopédica imobilizadora de pé e tornozelo) por teres me amparado durantes quatro meses de recuperação do rompimento do tendão de Aquiles esquerdo e mais três meses e meio da fratura da perna direita. Mas espero nunca mais precisar de ti.