Hora de definição: pelo o que a dupla vai brigar

Por Rafael Cechin

Dezembro é logo ali. Pra tudo em nossas vidas. Natal, réveillon, férias nas escolas, antes a Black Friday, início da temporada de praias, o verão. No futebol essa rotina de final de ano envolve o fim do calendário de competições no Brasil. A dupla Gre-Nal viveu um 2024 irregular e afetado por uma tragédia. Nos últimos meses do ano terá de se esforçar para chegar pelo menos perto do destino que suas torcidas querem. E merecem.

Se a Libertadores, a Sul-Americana e a Copa do Brasil viraram frustrações, por vezes grandes inclusive, restou o Brasileirão para salvar a temporada. A notícia ruim é que os dois clubes iniciaram pior do que esperávamos as suas campanhas. As enchentes de maio só pioraram tudo. A boa notícia? Ainda tem salvação. E ambos parecem estar trilhando a estrada certa para alcançar objetivos maiores.

O caso do Inter nos traz mais esperanças porque aparentemente indica estabilidade. Os erros da direção em gestão, os erros de Coudet no comando de treinos e jogos, a falta de dedicação dos jogadores e a desconfiança da torcida que trazia mais pressão a um ambiente conturbado pela ausência de títulos estão aos poucos ficando para trás. Roger Machado encontrou uma fórmula que tem tudo para dar certo a médio e longo prazos, assim como já está dando resultado imediato. Claro que não estou dizendo aqui que está tudo solucionado. Melhorou. E é o que basta.

Então, pelo o que os colorados estão brigando neste momento? Por protagonismo. O desempenho mostra que a disputa é na parte de cima. O G-6 está na mira e o G-4 é bem pertinho. Quando recuperar jogos atrasados pela enchente, um deles essa semana diante do Bragantino, o Inter pode avançar para um lugar muito mais confortável para a torcida e que, sim, traz perspectivas excelentes para o ano que vem. A aposta na gurizada na base foi o primeiro acerto, que levou depois à recuperação das estrelas e à consistência no ataque e na defesa.

O Grêmio luta por coisa menor por enquanto. Marcou muito passo ao longo do campeonato. Mas pode mesmo assim terminar a ano de forma digna, com vaga na sul-americana, quiçá conquistar um espaço na Libertadores de 2025. Não digo isso obviamente em função da vitória contra um Flamengo desfalcado na Arena. A instabilidade está passando, com a afirmação de novas contratações que alicerçam a reabilitação de velhos titulares. O problema tricolor segue sendo a governança bagunçada, que ainda leva a resistência para que Renato renove o seu contrato. Precisa solucionar os próprios dramas antes de buscar algo a mais.

Admito que errei feio, felizmente desta vez, em relação aos resultados na rodada do último fim-de-semana. Disse que nenhum dos dois ganhavam. Aconteceu justamente o contrário. Agora os desafios são diferentes. O Inter pega Bragantino e Vitória, o Grêmio encara Criciúma e Botafogo. Por causa de um duelo com o líder, em alta no Brasileirão, acho que o colorado termina de novo em cima na nossa gangorra. Será? Vamos conferir.

Autor
Jornalista graduado e pós-graduado em gestão estratégica de negócios. Atua há mais de 25 anos no mercado de comunicação, com passagem por duas décadas pelo Grupo RBS, onde ocupou diversas funções na reportagem, produção e apresentação, se tornando gestor de processos e pessoas. Comandou o esporte de GZH, Rádio Gaúcha, ZH e Diário Gaúcho até 2020, quando passou a se dedicar à própria empresa de consultoria. Ocupou também, do início de 2022 ao final de 2023, o cargo de Diretor Executivo de Comunicação no Sport Club Internacional. Atualmente mantém a própria empresa, na qual desde 2021 é sócio da Coletiva,rádio, e é Gerente de jornalismo e esporte da Rádio Guaíba.

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