Libra

Flavio Paiva

Está na pauta a criação da liga do futebol brasileiro, a Libra. Sete clubes já aderiram e assinaram o documento: Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull, Bragantino e Cruzeiro.

O objetivo claro que é capitalizar o futebol. No caso, se estaria falando de uma injeção de recursos da ordem de US$ 1 bilhão. (Uau) É preciso esperar para ver. Já houve inúmeras tentativas, ensaios, promessas e projeções sobre criação de Liga de futebol no Brasil, envolvendo os grandes clubes.

O que acaba pegando são dois fatores: briga por recursos, fatia de participação e de outro lado, vaidade mesmo. Disputa de vaidades. Qualquer um dos dois elementos pode emperrar em definitivo essa iniciativa Emperrar e enterrar, até uma próxima. Mas ela reaparece, até porque o conceito por trás da ideia é ótimo, o da criação de uma liga, profissionalizada, em princípio sem vícios e negócios escusos. Sem intermediários, aumentando resultados. Em tese.

Já vivi muito isso, vendo de perto iniciativas das mais variadas formas fracassarem. Não digo com isso que estou no time do "ah, isso não vai dar certo porque já foi tentado antes...". Não. Mas admito que fico meio receoso, olhando meio desconfiado, até pelo número de vezes em que vi e vivi isso adernar.

O futebol brasileiro evoluiu bastante nas últimas décadas em especial nos últimos anos. Mas ainda tem que comer muita farinha para chegar em um nível em que seja chamado de profissional. Ou, me corrigindo, seja chamado e realmente seja profissional. Ainda existem muitas instâncias ou pessoas que agem de forma autoritária, ou pequenos clubinhos dentro dos clubes, coisas assim, que impedem uma gestão da forma mais transparente desejada.

Acredito que chegaremos lá. Temos um trecho longo a percorrer? Temos. Vontade de fazer acontecer? Demais. Tem MUITA gente séria trabalhando para que isso (a profissionalização real) aconteça. Profissionais sérios, competentes, qualificados que ou já estão nos clubes ou então capacitados e interessados em atuar dentro deles. Então, falta ao mesmo tempo pouco (e termos de movimentos) e muito (em termos de execução efetiva e mudança de mentalidade) para que cheguemos ao estágio que queremos. O gol mesmo, o do campeonato.

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