Longe

Por Flávio Paiva

São dias de estar longe e dias de estar perto, dias de paz e tranquilidade e dias de muita agitação. Dias hypados e dias bleh. Tem de tudo nessa vida, situações, dias, temporadas, tudo de tudo que é jeito, variando de tempos em tempos ou até variando enlouquecidamente no mesmo dia.

Apesar do funcionamento do ser humano ter mudado pouco, claro que é verdade que (especialmente nas cidades médias/grandes) a dinâmica toda da vida de hoje acelera as coisas. Menos as coisas, pensando bem: mais a cabeça das pessoas. Estímulos, ofertas, perguntas, discussões (essas então..), ódios, amores, vergonhas e orgulhos. Seria muito difícil conseguir reunir tudo num parágrafo só nem eu quero.

Para ver melhor ainda isso, basta sair um pouco da cidade em que vive, se afastar. Um dia, de repente horas, se desligando de tudo. Aí o leitor vai ver que contraste. Se fosse a distância de um continente para outro desse jeito de funcionar(um muito mais a mil, o outro muito mais lento e desconectado de mídias e acessos à internet), ficaria mais fácil de explicar. Mas não. Em 1 hora, 1 hora e meia, a pessoa se afastando da cidade onde ela está e indo em direção à praia ou campo, muito provavelmente vai sentir essa guinada radical.

Tem uma coisa só: ela pode ser muito boa, agradável, para alguns. Mas para outros pode ser um agente ansiogênico nível 10. O bagulho é muito doido.

E sim, o ser humano talvez devesse vir com interruptores, chave liga/desliga instalados, para se desconectar de certas emoções ou pensamentos: se desconectar um pouco de quando está sentindo uma tristeza grande, uma ansiedade forte, uma agitação maior ainda. Seria bom? Seria.

Agora, pensando bem, talvez isso fosse tirar o que define o ser humano, que é passar por essas situações e crescer, se reinventar, amadurecer. Além de criar músicas, obras de arte, peças de teatro, escrever livros. Tantas e tantas foram as obras que surgiram de momentos de dor, uma quantidade gigantesca. 

Então, concluo eu mesmo, o melhor é saber viver com as suas contradições, seus desafios, suas emoções boas ou ruins, mas sem perder nunca uma coisa: a perspectiva, o amanhã, o que vai vir, o novo. Sempre acreditando (o que depois pode se confirmar ou não) que ele vai ser melhor. Pelo simples fato de ele ser novo, ser a já conhecida frase de que cada dia é uma página em branco a ser escrita por cada pessoa.

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