Quando uma marca marca

Por Flavio Paiva

Pra quem já tem um pouco de quilometragem, existem inúmeras marcas que marcaram. Algumas muito, outras menos. Sejam marcas comerciais ou marcas na vida, em geral. 

Claro, se eu der um rewind, para usar um termo que existia nos toca fitas, vou encontrar um cenário infinitamente menos pulverizado do que é hoje. Tanto em termos de possibilidade de mídias (veículos) quanto (e talvez por isso mesmo) de marcas atuantes. 

Então, a fixação de campanhas e anunciantes era "facilitada". Menos veículos, dependência quase que exclusiva de TV, rádio e jornal. Portanto, uma super concentração. Anunciar era muito caro, quase indecentemente. E por isso mesmo, os anunciantes eram em menor número. Precisava ter café no bule.

Avançando, hoje temos uma variedade enorme de veículos, formatos, pautas, além claro, do social media, podcasts, rádios (como a Coletiva.rádio). O universo foi drasticamente expandido. Além disso, a dependência de equipamentos para captação de vídeo, para finalização de um vídeo, de áudio diminuiu muito, do ponto de vista de que antes só se fazia vídeo com equipamento muito caro e menos móvel. Hoje, um celular resolve não só para captar, mas para finalizar.

Óbvio que não se chega a um nível de uma produtora de vídeo, mas dependendo da demanda e da proposta, é possível se chegar a ótimos resultados, atendendo o objetivo.

Mas vamos às marcas: antes da pulverização de marcas de cerveja, inclusive artesanais hoje em dia, Brahma era o substantivo que definia. "Me dá uma Brahma", quando se queria pedir uma cerveja. Mesmo que não fosse uma Brahma que chegasse ao copo. E antes de ser acusado, não entro no quesito de qualidade aqui, mas analiso o fenômeno em si. Assim como "Comprar uma Gillette", quando se precisava de lâmina de barbear e, para os um pouco mais veteranos (ou mais ainda, para as veteranas), "Comprar um Modess" era sinônimo de absorvente para mulheres. 

Está mais difícil construir uma marca que marque realmente hoje? Sim, o cenário ficou mais complexo, com muitas mídias, muitas outras marcas (do Brasil e de fora) competindo pela atenção dos clientes. Impossível? Nem pensar. Necessária estratégia, inteligência, observação e atitude. Quem não faz, não recebe crítica. Aí fica por tua conta em qual lado quer ficar. Dos que fazem e realizam ou da turma do sofá, que não faz para não receber críticas. 

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