Quem termina 2024 acima na gangorra
Por Rafael Cechin
Encerrada a temporada do futebol, tem início um período de especulações, projeções, chegadas, saídas e tudo mais o que envolve a preparação para o próximo ano, que começará em breve. Também é hora dos balanços de 2024. No caso do Rio Grande do Sul, de rever principalmente o que a dupla Gre-Nal fez. E nada melhor do que usar a figura que denomina essa coluna, a gangorra, para ilustrar a retrospectiva do ano.
Antes de acentuar a rivalidade com uma disputa sobre "quem foi melhor?", é bom dizer que não podemos ficar satisfeitos com as performances de nossos times. O histórico recente indica que estamos diminuindo de importância nos cenários nacional e internacional. Na década atual, o máximo que conseguimos foram uma semifinal de Libertadores e três vice-campeonatos brasileiros, brigando de verdade pelo título apenas uma vez. Ainda teve um rebaixamento no meio do caminho. Muito pequeno.
Em 2024 novamente fomos coadjuvantes. Na Copa do Brasil paramos cedo, na Libertadores e na Sul-Americana tivemos poucos momentos bons. O que restou de alegria, para uma das torcidas, foi o Gauchão. É o consolo das temporadas anteriores, que voltou a mascarar os erros e limitações do Grêmio, até culminar com a demissão de Renato.
O Inter chegou a brilhar no returno do Brasileirão, conquistou a vaga entre os primeiros e não conseguiu ir adiante. No momento de dar o passo maior, perdeu as forças e três jogos seguidos no encerramento do campeonato. No mesmo campeonato os tricolores conviveram com a ameaça do quarto rebaixamento na história. Desfecho lamentável e melancólico para dois gigantes do mundo do futebol.
No aproveitamento quem se deu melhor foi o lado vermelho. Em 64 jogos, com Coudet e Roger no comando, alcançou 61% dos pontos conquistados. Evolução em relação ao próprio clube em 2022 e 2023. Os gremistas foram mais modestos sob comando do ídolo Portaluppi, com 50% em 67 partidas disputadas. Piorou sobre seu desempenho e quase fez fiasco.
Afinal: o que vale mais na gangorra, taça ou aproveitamento? Para mim, não importa. Fomos mal. E se cometermos de novo o erro de grenalizar a discussão vamos ficar correndo em volta do nosso próprio rabo, sem avançar, sem buscar estar no mesmo nível de quem está fora do Estado e, possivelmente, vamos lamentar a nossa mediocridade em dezembro de 2025.
A gangorra foi equilibrada por baixo. Daqui a doze meses merecemos celebrar muito mais do que o Gauchão e as vagas em competições continentais. É pouco demais. Os colorados terão pela frente um calendário mais folgado, com Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores só a partir de março e um intervalo no meio do ano devido ao Mundial de Clubes da FIFA. Roger terá tempo de preparar o time. O Grêmio está atrás do substituto de Renato para tentar ir melhor na temporada que vem em Copa do Brasil, Brasileirão e Sul-Americana, mas terá desafios pelas copas ainda em fevereiro.
Sem SAFs, lutando contra o domínio financeiro do centro do país, as esperanças estão renovadas para o novo ciclo, mas não são grandes. Ainda estamos muito abaixo. Mesmo assim esperamos que a gangorra realmente volte para o seu lugar: brigando verdadeiramente pela parte de cima dos torneios. Que as lições sejam aprendidas.