São as pessoas que contam

Por José Antonio Vieira da Cunha

Elogios fazem bem à saúde, não é verdade? A minha, física e mental, vai muito bem, turbinada que tem sido pela repercussão das pensatas que tenho escrito neste espaço sobre o Coojornal e a Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre e suas histórias, praticamente todas elas merecedoras de um agá maiúsculo.

Há muitas referências carinhosas, para dizer o mínimo, feitas pelas amizades alimentadas ao longo de uma vida. Me inflaram o ego e encheram a alma, como as que exaltam "a bela história" e "o papel importante que o Coojornal cumpriu". "O registro é brilhante", me diz um velho publicitário. "Foi uma história ancorada em pilares como a verdade e a transparência", viu um jornalista nem tão antigo. "Já me emocionei com o que li", adianta outro. "Acompanhei e admirei o Coojornal desde o início, o teu relato é super verdadeiro e trouxe boas lembranças."

O Antônio Oliveira, que entre tantas atividades foi presidente do Sindicato dos Jornalistas e, na cooperativa, foi um dos fundadores, conselheiro e vice-presidente, ressaltou que "os diretores da Coojornal estavam em dívida para com a sociedade gaúcha e até brasileira (por que não?) de uma grande matéria/esclarecimento/explicação/história sobre a importância da Coojornal". E por aí vai, em um texto limpo e sincero. (Se dependesse de mim, ele também seria articulista aqui no portal...)

De minha parte, espero seguir nessa trilha, sem decepções.

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Como todo ser humano, exilado na própria casa, nos últimos 15 meses dediquei muitas horas à leitura e à telinha doméstica. Naquela, descobri belas surpresas, como "Toda luz que não podemos ver", do norte-americano Anthony Doerr. Com estilo excelente e um roteiro envolvente, é uma história com suspense e amor envolvendo dois jovens em meio à ascensão do nazismo e as maldades da Segunda Guerra. 

Da TV, e longe de ser crítico de cinema, que nunca fui nem serei, sugiro um filme recente escalado na Netflix, "M8 - Quando a Morte Socorre a Vida". Conta a história de um jovem negro que entra na Federal do Rio de Janeiro como cotista e enfrenta no dia a dia más doses de preconceito racial. O roteiro passa longe de ser panfletário ao abordar estas questões com sensibilidade e criatividade, e encerra com uma oportuna provocação. Sim, é filme nacional, rodado na cena carioca - e não precisa torcer o nariz, pois é correto na direção, na interpretação, na trilha, na ambientação. Vale ver.

Coluna publicada originalmente em 05/07/2021

Autor
José Antonio Vieira da Cunha atuou e dirigiu os principais veículos de Comunicação do Estado, da extinta Folha da Manhã à Coletiva Comunicação e à agência Moove. Entre eles estão a RBS TV, o Coojornal e sua Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre, da qual foi um dos fundadores e seu primeiro presidente, o Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, a Revista Amanhã e o Correio do Povo, onde foi editor e secretário de Redação. Ainda tem duas passagens importantes na área pública: foi secretário de Comunicação do governo do Estado (1987 a 1989) e presidente da TVE (1995 a 1999). Casado há 50 anos com Eliete Vieira da Cunha, é pai de Rodrigo e Bruno e tem quatro netos. E-mail para contato: [email protected]

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