Se
Por Flávio Dutra
Na última coluna do ano, permito-me falar do terceiro turno do Campeonato Brasileiro. É o Turno do Se, uma abstração, mas que serve de consolo para quem tinha grandes expectativas, frustradas pelos resultados de campo, que é o que fica no futebol. Não faltam exemplos.
Os gremistas, lamentando o título perdido para o Palmeiras no photochart, proclamam:
- Ah, se não fosse aquele Grenal.
- E se não fosse aquele pênalti contra o Corinthians.
- E se não fosse a derrota em casa para o Corinthians.
- Se não tivesse perdido para aquelas nabas do Santos e do Vasco
- Se a gente tivesse só uma vitória mais.
- Se a gente não tomasse tantos gols.
- Se o Caíque tivesse sido escalado antes.
- E se o Nathan Fernandes tivesse sido escalado antes.
No Inter, o lamento é por ter alcançado, no máximo, a classificação para a Série B da Conmebol
- Ah, se não fosse a derrota no Grenal do primeiro turno.
- Se o Coudet tivesse chegado antes
- Se o Rochet tivesse também chegado antes.
- Se também o Enner tivesse chegado antes.
- Se o Enner não perdesse tantos gols.
- Se não fossem as eliminações na Libertadores e na Copa do Brasil
- Se não tivesse perdido para aquelas nabas do Cuiabá, Bahia e Coritiba
- Se a gente tivesse um lateral melhor do que aquele?
Agora imaginem quantos SEs os botafoguenses poderiam alegar, depois que o sonho de serem campeões brasileiros virou pesadelo.
Se nada der certo, estarei de volta no ano que vem. Se tudo der certo, não volto mais: é porque ganhei na Mega-Sena da Virada. Aproveito para desejar a todos boas entradas e as melhores saídas em 2024.