Se candidate a ser verdadeiro
Por Grazi Araujo
Prestes a começar o período de campanha política, é hora de refletir sobre o que vamos de fato comunicar. Lembrar do compromisso com a verdade, com o que é compartilhado e o quanto o que informamos pode impactar na vida de cada um. É uma gincana, uma corrida, um campeonato. Sabemos que os melhores serão os primeiros na linha de chegada, mas o jogo precisa ser limpo. Não há mais espaço para falsas promessas e nem discursos batidos.
Ao longo destes anos na assessoria de bons políticos, aprendi que os representantes da sociedade - seja no legislativo ou no executivo - precisam ser, de verdade, leais. Aos seus, a si e àqueles que o colocaram ali. Não é barbada, apesar de muitos ainda acreditarem que política é lugar de gente corrupta, que se vende e que só pensa em si. Ainda bem que temos pessoas dispostas a enfrentar isso, a se dedicar para mudar o que ficou sujo na história e construir legados. Tenho boas experiências de políticos que resolveram entrar na vida pública por vocação, para encarar a realidade e tentar transformar o lugar em que vivemos em algo que possamos nos orgulhar. Construindo pontes, unindo opiniões - mesmo que distintas - e pensando no bem comum.
Nosso trabalho começa em entender para o que servimos, comunicar o que de fato vai impactar a vida das pessoas - de acordo com o público que se representa. Sim, há segmentos, não tem porque negar. Cada um dos eleitos representa uma parcela da população, que se engajou, trabalhou e votou para se sentir representado por quem ocupa a cadeira do poder. Se organizar direitinho, todos temos opções de candidatos que carregam as bandeiras que buscamos, para que - no todo - tenhamos a tal democracia. É o momento de ficarmos atentos ao que lemos, ouvimos e enxergamos. Não é o design mais bonito do santinho que devemos escolher do chão no dia da votação, nem o número que alguém te dá prometendo favores. É buscar se informar sobre quem está verdadeiramente disposto a atuar em mudanças, entender que propaganda eleitoral também é coisa séria por quem sabe o que quer comunicar. Porque o compromisso dito - por bons políticos - pode e deve ser cobrado lá na frente. Que estejamos atentos, seja como profissionais de comunicação ou eleitores. A responsabilidade também é nossa.