Somos cada vez menores

Por Rafael Cechin

As torcidas da dupla Gre-Nal não têm mesmo paz. Faz alguns anos, só comemoram a desgraça do rival. É o que está acontecendo agora, em outro ano perdido, porque ninguém tem motivos para celebrar as próprias vitórias. Lamentável. Mais uma temporada na qual somos coadjuvantes, com a diferença para os gigantes do centro do país se abrindo cada vez mais. Viramos times médios, rumando para sermos pequenos. 

Antigamente um copiava o rival nas coisas boas. Os colorados vibraram com os títulos brasileiros na década de 1970, os tricolores não sossegaram enquanto não levantaram a taça. Na Libertadores foi o lado azul quem abriu a porta para os títulos que viraram obsessão para o lado vermelho. Agora, os dois se seguem na mediocridade. 

O Inter está com o Roger pendurado na corda bamba, quase caindo. A falta de rapidez, de efetividade e ao mesmo tempo a fragilidade do time perante os adversários só aumenta. No último sábado (23) contra o Cruzeiro o time mineiro derrotou os colorados quando apertou um pouco mais. A direção não fez um trabalho completo nos últimos cinco anos, arrisca novamente ao manter o técnico.  

O mesmo vale para o Grêmio, que no melancólico empate com o Ceará, de novo na Arena, mostrou um futebol insuficiene. A permanência do Mano, sabe-se lá até quando, é uma ameaça. Pode ser que não dê mais para buscar algo relevante no Brasileirão depois que trocar o treinador. 

O meio de semana não tem jogos da dupla Gre-Nal porque os dois caíram na Copa do Brasil. Um alívio para as nossas torcidas. A situação no Brasileirão, que vai ser a única realidade até o final deste ano, tem Inter e Grêmio na metade de baixo da tabela, atrás da maioria dos grandes do país, do Bragantino, do Mirassol e do Ceará.  

A distância para o primeiro colocado já está acima da faixa dos 20 pontos. Teria de tirar mais de um ponto de diferença por rodada até o fim, então o título já foi. Em relação ao G-4 e ao G-6, que dão vagas para a Libertadores, também está abrindo cada vez mais. Se demorar muito para reagir a dupla só vai mesmo poder brigar por Sul-Americana e contra o rebaixamento. Até quando? Vamos torcer. É o que nos resta.

Autor
Jornalista graduado e pós-graduado em gestão estratégica de negócios. Atua há mais de 25 anos no mercado de comunicação, com passagem por duas décadas pelo Grupo RBS, onde ocupou diversas funções na reportagem, produção e apresentação, se tornando gestor de processos e pessoas. Comandou o esporte de GZH, Rádio Gaúcha, ZH e Diário Gaúcho até 2020, quando passou a se dedicar à própria empresa de consultoria. Ocupou também, do início de 2022 ao final de 2023, o cargo de Diretor Executivo de Comunicação no Sport Club Internacional. Atualmente mantém a própria empresa, na qual desde 2021 é sócio da Coletiva,rádio, e é Gerente de jornalismo e esporte da Rádio Guaíba.

Comentários