O governo Lula já passou da metade do seu mandato sem qualquer feito que possa diferenciá-lo do governo anterior do Bolsonaro. À total falta de um projeto poderoso de desenvolvimento econômico que projetasse um novo Brasil livre da submissão ao imperialismo norte-americano, se somam as políticas assistencialistas internamente, que apenas consagram a manutenção da pobreza endêmica que domina o País e uma política externa submissa a Washington.

Essa falta de ações do governo de Lula abre espaço para o discurso agressivo da direita, que dá voz aos milhões de brasileiros descrentes de todas as suas instituições como o Judiciário e o Parlamento, assumindo no plano político o discurso que historicamente é da esquerda.

E a direita faz isso da única forma que sabe fazer ao clamar contra algumas das mais importantes conquistas democráticas. À conciliação de classes proposta pela esquerda lulista, a direita responde com propostas cada vez mais autoritárias.

Os números das recentes eleições municipais mostram que essas políticas estão dando certo e podem se tornar definitivas em 2026.

Enquanto isso o governo se lança em jogos midiáticos como foi o esforço em transformar a recente reunião do G20 num momento de reconhecimento universal de suas políticas internas. O fracasso da tentativa ainda teve um elemento caricato com o discurso nada protocolar da primeira dama Janja da Silva.

Agora aposta todas suas fichas na denúncia do ministro Alexandre Moraes de uma tentativa de golpe comandada por Bolsonaro no final do seu governo, que envolvia inclusive algo que só tem antecedentes na máfia napolitana, a eliminação física dos adversários.

Enquanto isso, está terminando o tempo para que o governo divulgue o seu plano, chamado eufemisticamente de ajuste fiscal, mas que não passa do velho arrocho no ganho dos trabalhadores para garantir os lucros dos bancos e do empresariado.

Os próximos dias prometem.