Cinco perguntas para Cristiano Dalcin

Jornalista, que estava na Record TV RS, retornou ao Grupo RBS

Cristiano Dalcin - Reprodução/Arquivo pessoal

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz? 

Eu sou do Interior. Nasci em Sobradinho, no Vale do Rio Pardo, passei a infância em Pinhal Grande, na Quarta Colônia, estudei e me formei na UFSM, de Santa Maria, na Região Central, depois morei em Santiago, quase na Fronteira Oeste, em Santa Cruz do Sul, em Pelotas, no sul, e, desde 1999, estou em Porto Alegre. Gosto de citar tudo isso porque me orgulho de conhecer o Rio Grande do Sul, de saber onde fica cada cidade e conhecer a maioria delas. Devo isso ao meu trabalho como repórter, que me levou para os quatro cantos daqui. É comum nas redações as pessoas perguntarem: "Cris, qual a região de Lajeado? Onde fica mesmo Itapuca?". Guardo lembranças de lugares onde muitos gaúchos nunca botaram os pés: Unistalda, Água Santa, Quevedos, Lavras do Sul, Itacurubi... Vivemos em uma região muito rica, cheia de grandes histórias. O que eu faço é contá-las através das reportagens. 

 

2 - Por que escolheu ser jornalista e trabalhar na reportagem televisiva?

Sempre gostei de ler e escrever. Tirava 10 em redação e passava sufoco em matemática. O caminho das letras foi uma consequência disso. Mas não pensava em TV. A ideia era trabalhar no jornal que tinha em Santa Maria, A Razão. Foi justamente lá onde eu comecei, ainda durante a faculdade. Faz tempo! As máquinas de escrever estavam se despedindo para a chegada dos computadores. Até hoje me lembro daquele som absurdo no fim da tarde, todo mundo batendo nas teclas ao mesmo tempo. E ninguém usava protetor auricular. Fiquei no jornal apenas três meses, porque surgiu a oportunidade de participar do Caras Novas, da RBS TV. Foi o único ano em que o projeto de telejornalismo aplicado reuniu estudantes de jornalismo e recém-formados em quatro cidades: Porto Alegre, Florianópolis, Santa Maria e Pelotas. Fui contratado em janeiro de 1996 pela RBS TV Santa Maria. Depois, segui para Santa Cruz e Pelotas, antes de vir para a capital. Acho a reportagem de TV fascinante. O cinegrafista quando capta as imagens não está apenas apertando um botão em uma câmera. O que muitos fazem ali é arte. Trabalhei com os caras mais talentosos do Estado, e casar as imagens que eles fazem com o texto é algo muito prazeroso. É muito bom fazer isso todo dia. 

 

3 - Quais são as suas expectativas ao retornar para a RBS TV?

Aprendi muito por todos os lugares onde passei. Depois da RBS, fui repórter de rede no SBT RS, onde participei da equipe de criação do SBT Brasil com a Ana Paula Padrão. Cobri a Cúpula das Américas, encontros de países do Mercosul, e a posse da presidente do Chile, Michelle Bachelet. No Canal Rural, tive a chance de viajar pelo país e fazer coberturas de grandes feiras na Alemanha e na França. Por último, foram oito anos de Record. Voltar à RBS TV é como fechar um ciclo. A expectativa é continuar fazendo o que faço da melhor forma, com a estrutura da maior emissora gaúcha. 

 

4 - Como acreditas que possa contribuir ao retornar para a RBS TV?

Nessas primeiras semanas, pude perceber que a TV está com um elenco de profissionais formado por jovens talentos e gente com muita experiência, há bastante tempo na estrada do jornalismo. Essa mistura é fundamental. Espero contribuir para fazer telejornais cada vez mais próximos das pessoas, mais fáceis de elas entenderem. O jornalismo precisa falar a linguagem do povo. Jornalista não tem que falar difícil, tem que ser entendido. É essa identificação que vai manter a nossa audiência. Ah, e eu espero aprender muito também, como tem sido nessas mais de duas décadas na reportagem. 

 

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Essa é a pergunta mais difícil. A pandemia tem feito a gente pensar no hoje. Trabalhamos e vamos para casa fazendo o máximo de esforço para nos protegermos do coronavírus. É um dia de cada vez. Quero muito visitar minha família, que não vejo desde fevereiro, e abraçar meu pai que vai fazer 90 anos em setembro. Mas quem disse que vou conseguir? Como estará o Brasil daqui a três meses? Ninguém sabe. Nem daqui quinze dias. A covid-19 faz com que a gente conviva com o imprevisível. Cinco anos nunca pareceram tão distantes. Só sei que quero estar contando histórias, levando informação e sendo feliz com a profissão que escolhi. 

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