Cinco perguntas para Leandro Olegário

Repórter da TV Record RS, jornalista também é sócio-diretor da Media Agência de Comunicação

1. Quem é você, de onde veio e o que faz?
Sagitariano, natural de Porto Alegre e que acredita impiedosamente na frase: pessoas apaixonadas são pessoas apaixonantes. Se eu tivesse que me definir, diria que sou um otimista intolerável - daqueles que enxerga o copo com água pela metade e pensa: "Está quase cheio". Alguém com a pretensão de dizer que não nasceu para seduzir, mas nasceu pra emocionar. Jamais esqueço que o sentido é mais importante do que a velocidade. Até porque no final da história é a gente pela gente mesmo. No jogo da vida é um ?leão por dia?, não é mesmo?! Por isso, não me canso de criar novos leões para matar. Fato: as escolhas que fazemos ditam a vida que levamos. Atualmente, sou repórter da TV Record no Rio Grande do Sul e sócio-diretor da Media Agência de Comunicação. 
2. Qual o motivo da escolha pelo meio Rádio?
Recém-nascido dormia ao som do rádio. Meus pais contam que ligavam na antiga Guaíba FM e deixavam que a música erudita embalasse meus sonhos. Quando criança, lembro de ver o rádio em cada cabeceira dos meus avós - e a necessidade de escutá-lo, durante o descanso após o almoço. Em casa, recordo que era em um "3-em-1" (rádio, toca-fitas e toca disco), que acompanhava as transmissões esportivas por influência do meu pai. O tempo passou e o rádio de alguma forma sempre esteve presente na minha vida.
No Colégio Militar, fui locutor das formaturas e mestre de cerimônias nas atividades artísticas. Na época, tinha o sonho de implementar a rádio "Casarão da Várzea". Por ser um ouvinte de esportes, cheguei a pensar em ser narrador. Em 1996, ganhei um concurso da rádio Guaíba e tive chance de acompanhar uma jornada esportiva em São Paulo. Foi aí que o Jornalismo falou mais alto. Entrei na Famecos em 2001 e, logo, fiz estágio voluntário na Radio Fam. Daí não parei mais.
Passei pela Band AM, Agência Radioweb, Gaúcha e voltei para a Band em 2005, no projeto de criação da Bandnews FM. Em 2006, surgiu a possibilidade de fazer rádio e TV na emissora. Aceitei o desafio e, aos poucos, fui migrando em definitivo para TV. Segui para o Canal Rural em 2008 e no mesmo ano fui contratado pela Record. Sinto saudade do clima do rádio, dos boletins ao vivo na rua e da apresentação no estúdio. Por outro lado, o trabalho em televisão é igualmente fascinante e desafiador.   
3. Qual o sentimento em participar de um livro nacional?
Poder participar de um livro sobre os 70 anos de radiojornalismo no Brasil é gratificante. Além de estar ao lado de grandes pesquisadores, a publicação possibilitou divulgar parte da minha dissertação de mestrado. Na pesquisa, com orientação da professora Mágda Rodrigues da Cunha, abordei a síntese noticiosa nas rádios Guaíba e Gaúcha e questionei a permanência do modelo deixado pelo Repórter Esso (que é o marco do tratamento da notícia no rádio no país). Na graduação, meu trabalho de conclusão de curso também foi sobre o rádio. É um veículo que tenho prazer em estudar e pesquisar.
4. O que mais lhe dá prazer na profissão?
Este ano completo uma década como repórter, considerando o tempo de estágio. Neste período, fiz coberturas inesquecíveis pelo rádio e TV. Acompanhei a folia do Carnaval de Salvador, a agitação do Planeta Atlântida, o glamour do Festival de Cinema de Gramado, mas também cobri em São Paulo a tragédia do Voo da TAM e, no Haiti, o trabalho das forças de paz do Exército do Brasil. Participei ainda de curso para jornalistas em áreas de conflito no Rio de Janeiro. Isso sem falar nas coberturas de eleições e de verão/inverno, os grandes jogos da dupla Grenal, visitas presidenciais, Expodireto, Expointer, Feira do Livro, shows, desastres naturais e graves acidentes de trânsito.
Contar histórias para mudar vidas é o que me move como repórter. Gostar de gente e ter a capacidade de escutar o cotidiano faz a diferença no trabalho. E o que me dá prazer é justamente isso: a profissão que eu escolhi me torna mais humano a cada dia. Ou seja, o contato com as pessoas, seus olhares e angústias sobre a vida, os contrastes, as contradições e a necessidade de fazer esse recorte da realidade. Tudo isso acompanhado do desafio constante de sempre se questionar: como é que vou contar esta história?
5. Quais os planos para os próximos cinco anos?
Com minha mãe aprendi que, quando a gente acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda as perguntas. Por isso, passei a não fazer planos a longo prazo, exceto na hora de comprar ações. Espero, neste período, cobrir a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil e me dedicar mais a reportagens especiais. Sonho em escrever um livro. Quero aprimorar meus conhecimentos sobre negócios (para fazer a Media crescer mais) e pensar em um projeto de pesquisa para o doutorado, quem sabe?! Levar para a sala de aula a experiência de mercado é outro desejo que pretendo realizar. Acredito na frase "o impossível é só questão de opinião".
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