1- Quem é você, de onde vem e o que faz?
Tenho 28 anos, sou radialista e jornalista. Bacharela em Comunicação Social ? Jornalismo, pela Ufrgs, desde 2016. Nasci em Antônio Prado, cidade da serra gaúcha com 12 mil habitantes, próxima a Caxias do Sul. Morei lá até os 18 anos, quando mudei para Porto Alegre para cursar Jornalismo, em 2011. Desde o primeiro semestre eu trabalho na área e, no terceiro, entrei pela primeira vez para trabalhar em uma redação. Comecei na Band, como estagiária, onde fiquei por dois anos. Lá, fiz muitas coberturas marcantes e, entre elas, o incêndio da Boate Kiss.
2- Como e por que decidiu ser jornalista?
A vida quase me levou para o Direito. Minha irmã é advogada, a família do meu pai é ligada ao Direito, com vários parentes advogados. Mas, eu nunca quis seguir essa carreira. Eu não lembro quando eu escolhi ser jornalista. O clichê de gostar de ler e escrever também é válido para mim, porém a escolha também aconteceu com base na comunicação. Eu sempre gostei de comunicar. Na época de escola, eu sempre fui a porta-voz das turmas. Minha mãe, no início, não gostou, porque jornalista ganha pouco, mas depois ela foi se acostumando e aceitando! (risos)
3- Você mudou a área de atuação, saindo da reportagem para atuar na assessoria. O que você espera desse novo desafio?
Eu trabalhei oito anos em redação. Quando saí da Band, fui para o Grupo RBS e fiz praticamente tudo por lá. Comecei na Agência RBS e, depois, na área de vídeos de Zero Hora. Um ano antes de me formar, fui contratada como locutora na Rádio Gaúcha e, após, como jornalista. Dos seis anos que trabalhei na emissora, fiquei bem conhecida, principalmente, por conta da reportagem de trânsito. Até hoje, recebo o carinho dos ouvintes, quase como se eu ainda estivesse no ar. Outra oportunidade que recebi foi participar na integração de GaúchaZH, no Segundo Caderno. Porém, o ser humano está em constante evolução e resolvi aceitar esse novo desafio. É bem diferente, mas também é igual. É diferente por ser outra instituição e em outra cidade, mas é igual pelo compromisso do jornalismo com a verdade. Eu estou bem feliz de estar agora na assessoria de imprensa no Ministério da Saúde. Não estou largando a reportagem. Sigo produzindo reportagens para a televisão. É outro canal, mas ainda é reportagem e eu sei fazer bem. É um grande desafio, que estou disposta a encarar e aprender, tanto no atendimento de assessoria quanto nas reportagens para o Ministério.
4- Ainda sobre sua passagem no Grupo RBS, qual cobertura mais te marcou?
Na RBS, fiz muitas coberturas, principalmente de eleições. Eu tenho quatro eleições no currículo, sendo três pela RBS. Mas, a cobertura que mais me marcou foi de um temporal, em 29 de janeiro de 2016. Era uma sexta-feira e eu estava fazendo cobertura de trânsito de ida para o litoral. Estava acompanhando a saída para a praia na RS-040 em Viamão, quando a chefia de reportagem me ligou pedindo para voltar para a Capital. A chuva estava muito forte e eles iam precisar de mim para cobrir os alagamentos. Eu vi uma cidade que sofreu um fenômeno distinto de uma simples chuva. Totalmente alagada, com a Ipiranga completamente bloqueada e grande parte das regiões sem luz. Passei a madrugada circulando pela cidade e reportando o que estava vendo na Rádio Gaúcha. Depois, os ouvintes e colegas me deram um feedback muito positivo. Sem luz, o jeito que as pessoas tinham para se informar era pelo radinho de pilha. Foi uma cobertura que me marcou e ali eu vi a grandeza do rádio, como um veículo de comunicação que não depende da internet ou mesmo de luz. Até hoje, tenho imagens na minha mente e o retorno que recebi dos ouvintes. De certa forma, foi quando comecei a incorporar a reportagem de trânsito na minha carreira.
5- Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?
Agora, estou em Brasília. Quero curtir a cidade e o clima. Não sei por quanto tempo. Ela é uma cidade muito diferente das que morei. Muito diferente de Antônio Prado e de Porto Alegre. Brasília dá uma sensação boa de morar. É um local com muitas oportunidades de trabalho. Estou começando o desafio no Ministério da Saúde, quero aproveitar esse momento. É muito legal trabalhar na Esplanada dos Ministérios, no lugar onde todas as coisas acontecem e as decisões são tomadas. Elas podem mudar o rumo do Brasil e da população. Pretendo, nos próximos anos, aprender bastante por aqui. Depois... só o tempo dirá.
Essa entrevista foi realizada pelos alunos de Estágio I do curso de Jornalismo, do Centro Universitário Metodista IPA. Texto: Douglas Webber.