Cinco perguntas para Thaís Reali
Sócia e diretora de Conexões da Reali Hub for Innovation, tem mais de 17 anos de experiência na área de administração e marketing
1. Quem é você, de onde veio e o que faz?
Sou Thais Reali, diretora de Conexões da Reali Hub for Innovation, uma das principais empresas de pesquisa de mercado, comportamento e tendências aqui do Sul, que hoje se insere na área de inovação através de projetos colaborativos com foco no desenho de produtos, serviços, estratégias e projetos com resultados além do esperado.
Já são mais de 17 anos de experiência. Fiz parte da 1ª turma de administradores da Ufrgs, onde havia um equilíbrio entre mulheres e homens e tenho muitas histórias para contar. Fui diretora de Mercado da Empresa Júnior da Ufrgs com apenas 17 anos. Decidi estudar um tempo na Europa quando isto ainda era algo muito novo para os brasileiros. Sempre fui inquieta. Acredito que todos têm algo a ensinar e eu tenho que ouvir. Não gosto de pessoas que se mostram como as donas da verdade. Sempre há um novo ponto de vista a ser avaliado e uma possível oportunidade nele. Talvez por isso que os clientes da Reali trabalham anos e anos conosco. Fiz diversos cursos de Inovação, Design & Visual Thinking e sempre que posso vou a feiras como a NRF (National Retail Federation), CES (Consumer Eletronic Show), Canton Fair (na China). Pela Reali, tenho o prazer de trabalhar com empresas como Grendene, Hering, Gang, Lojas Colombo, Bettanin, Colégio Farroupilha, Sevenboys & AGCO.
2. O que te levou a empreender?
Passei por muitas empresas grandes e legais, como Gerdau, Grupo RBS, Grupo Ipiranga, empresas de consultoria de ponta em São Paulo, mas não me sentia completa. Demorou a cair a ficha de que o meu lugar era na minha empresa, podendo ser quem eu sou, criar novos formatos e entregar o que acredito. Acredito em causas, trabalho pelo brilho no olho de um resultado que tenha valor para muitas partes: clientes, consumidores, sociedade e sim, para mim também.
E fico cada dia mais feliz com os resultados que alcançamos até agora. Sou super grata ao meu sócio Marco Stapassoli, à minha equipe, Emileine Ehlers, Mariana Ferreira, Julia Cardoni, Raquel Scodro, Herbert Hermann, e à rede de pessoas que diariamente se prontifica a trabalhar conosco. É um orgulho receber emails de pessoas falando tão bem dos negócios que criei e dizendo que compartilha das mesmas causas e que quer estar contigo em projetos. É DE, PARA e COM pessoas que eu vivo e me oxigeno todos os dias.
3. Como a pesquisa de tendências e de comportamento pode ajudar na estratégia das grandes marcas?
Sempre acreditei que o mercado, o consumidor final deveria ser o centro da tomada de decisão das empresas. Hoje é fácil enxergar esta questão, mas há algum tempo o mercado não absorvia como deveria. E o que significa colocar o consumidor no centro da tomada de decisão é: conhecê-lo em sua essência, compreender o não dito, observá-lo por longos períodos de tempo em suas indicações de comportamento, conviver com ele nos seus momentos pessoais e de compra para que possamos dali buscar insights de produtos, serviços, posicionamento, campanhas que realmente façam sentido e conversem com ele. Acreditamos que apenas quando a empresa entrega um algo mais, uma causa, um propósito maior do que o lucro, é que o consumidor torna-se leal e parceiro. Acreditamos em marcas comportamentais e para que possamos construí-las, é necessário mergulharmos no mercado e no consumidor, é necessário convidá-los a co-criar e co-desenhar conosco os caminhos.
4. O que mais lhe dá prazer na profissão?
Ver o resultado do nosso trabalho no mercado. Mas não apenas isso, ver que esse produto, esta estratégia, este posicionamento de marca que auxiliamos a criar tem valor para o mercado e que faz com que ele retribua ao nosso cliente com índices de vendas, de share of mind e de rentabilidade muito acima do planejado. Ou seja, que nosso cliente conseguiu entregar ao mercado algo muito maior do que apenas um produto ou um serviço: que ele tenha compreendido a causa do consumidor, que o tenha colocado no centro de sua tomada de decisão.
Um dos nossos cases é a Ipanema Charme, da Grendene. Ela nasceu de um processo de mergulho junto a meninas de todo o Brasil, seguiu para co-criação chegando ao desenho de um produto que, não apenas foi recorde de vendas da marca, mas que devolveu a ela o seu prestígio junto aos lojistas e, especialmente, junto a suas consumidoras-alvo.
5. Quais são os planos para os próximos cinco anos?
A Reali Hub for Innovation é inquieta por essência. Nunca nos damos por satisfeitos e por isso que estudamos Brasil e mundo afora para que possamos estar antenados as novidades do mercado de marketing, estratégia e de inovação. Gostamos de trabalhar com poucos clientes, mas de forma profunda, gerando resultados que realmente façam a diferença: para clientes, para o mercado e para a Reali. Acreditamos que nos próximos cinco anos trabalharemos ainda mais com o conceito de co-criação, tanto com os nossos clientes (que se engajam mais no processo), quanto com o mercado usuário e final.
Hoje não apenas trabalhamos com pesquisa de mercado ou de tendências. Trabalhamos também com outras ferramentas e metodologias como o Design Thinking, o Visual Thinking (que é algo completamente inovador e novo no mercado Brasileiro - fazemos isso via o movimento que criamos junto a Via Mosaico chamado Põe no Papel), Gamificação e Workshops de Inovação. Cada ano que passa entregamos mais posicionamentos, mais estratégias de Marketing, mais desenho de produtos e serviços e não apenas as informações que coletamos no mercado.
Também temos um grande desejo de expandir nossas atividades para São Paulo. Há algum tempo viemos conversando e estudando este movimento. Hoje atuamos no Brasil inteiro, mas com clientes, em sua maioria, sediados em Porto Alegre ou em Santa Catarina. Gostaríamos muito de poder aumentar a nossa carteira de clientes em SP e no Rio de Janeiro.