Confiança é uma das armas contra fake news

Avaliação é de Gabriel Ludwig, palestrante deste domingo no Festival da Transformação

Gabriel Ludwig fala sobre fake news no FT18 - Divulgação/Coletiva.net

Fake news foi o tema da palestra do jornalista Gabriel Ludwig, na manhã deste domingo, 25, no Festival da Transformação (FT18). Ele, que atua como analista de Marketing Digital na Maven Inventing Soluions, apresentou o cenário da proliferação de notícias falsas, acirrada pelo ambiente das redes sociais, e sentenciou: "Confiança é uma das armas contra esse mal que atinge a sociedade há alguns anos". Para o palestrante, as fake news sempre têm o intuito de prejudicar algo ou alguém e afetam toda uma população, mas especialmente os jornais.

Ainda que a prática exista há bastante tempo, Gabriel observou que o termo ganhou força há dois anos, especialmente após a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Ele não inventou as fakes news, mas impulsionou o uso delas especialmente no ambiente político", afirmou, salientando ainda que os canais digitais, como Facebook e WhastApp, são o principal meio de divulgação das falsas informações jornalísticas.

Segundo o analista de Marketing Digital, o cenário piorou ainda mais com o que chamou de cultura do clickbait: "A mistura de redes sociais, política e títulos chamativos e interessantes, capazes de forçar o clique, resultou em um verdadeiro monstro", observou. Para embasar sua explanação, ele comentou sobre um estudo da Agência Reuters, divulgado em 2018, que mostra que 66% dos brasileiros buscam notícias nas redes sociais, e este número sobe para 90% quando se trata de toda internet.

Para combater o crescimento das fake news, Gabriel aposta muito na confiabilidade dos veículos, exaltando que, no mesmo levantamento, há o apontamento sobre os jornais no Brasil terem 59% de "trust", conquistando o terceiro lugar no ranking mundial, sendo que os Estados Unidos aparecem com apenas 34% e em 30º lugar de uma lista que conta com 37 países avaliados. "Confiança é a palavra mágica para este momento. Pessoas consomem notícias o tempo todo, é uma necessidade do ser humano. A guerra está entre quem busca isso em fonte confiáveis e quem só segue o que recebe via 'contatinhos' do WhatsApp", disse.

Uma das causas mais preocupantes para o palestrante é que a tendência é acreditar em falsas informações quando estas tratam de uma verdade que se quer ouvir, pois o índice de 'trust' também está diretamente ligado ao alinhamento político dos veículos. A parte boa, na sua visão, é que também surgiram as agências de fact checking, e esse foi "o contra-ataque do Jornalismo". Por outro lado, Gabriel finalizou alertando: "O perigo está em não conseguirmos mais distinguir verdade e mentira. Este é um momento de muita angústia. E a única forma de resolver isso é conscientizar toda uma população de que não se pode confiar em tudo que se lê ou recebe".

A equipe de Coletiva.net, em parceria com o Multiverso IPA, acompanhará toda a movimentação do evento. Com apoio do Grupo RBS e Sicredi, jornalistas e estudantes alimentarão o portal e as redes sociais durante os dois dias do FT 2018.

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