Veículos e entidades se manifestam sobre o caso do MP-RS

Órgão publicou notícia sobre condenação inédita no Rio Grande do Sul com uma ressalva no título, privilegiando Zero Hora

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e o portal Agora no RS, de Porto Alegre, manifestaram-se a respeito do caso do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que publicou uma matéria em seu site com uma ressalva no título. A notícia entrou no ar com o aviso entre parênteses: (Esperar ZH dar).

A entidade representativa divulgou uma nota oficial repudiando a atitude do órgão público "na distribuição de informações para os veículos de comunicação". Para o Sindicato, o fato é lamentável e antiético, "uma vez que o setor de Assessoria de Imprensa, de qualquer segmento, não deve privilegiar um ou outro veículo de comunicação".

O presidente do Sindjors, Milton Simas, disse que isso é um "desrespeito sem igual no jornalismo". "O respeito, a ética, a transparência e a imparcialidade foram jogados no lixo neste dia 18 de dezembro pelo MP-RS", opinou o dirigente. Ainda na nota, a entidade informou que avaliará a sua permanência como integrante do corpo de jurados do prêmio de jornalismo promovido anualmente pelo órgão.

A redação do portal Agora no RS também se manifestou por meio de uma nota oficial, na qual lamenta o favorecimento feito pela Assessoria de Imprensa do Ministério Público ao Grupo RBS. "Isso é um flagrante desrespeito para com a população gaúcha, que é quem mantém o Ministério Público e, em último caso, sua assessoria", registrou. Ainda, escreveram que é "inadmissível que funcionários públicos se disponham a privilegiar uma empresa privada que, além de ser líder, onera o leitor para ler um texto entregue, gratuitamente, pelo MP".

Por sua vez, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) preferiu não se manifestar sobre o caso, que ocorreu na véspera do Prêmio ARI de Jornalismo, entregue na manhã de hoje, 19. O presidente da entidade, Luiz Adolfo Lino de Souza, informou que, antes de tomar alguma decisão, vão entrar em contato diretamente com o MP para entender o que aconteceu e ouvir suas razões.

O Ministério Público não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta nota.

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