"Recebi esse convite com imensa felicidade e alegria", afirma Martha Medeiros sobre o título de patrona da '71ª Feira do Livro de Porto Alegre'
Escritora conversou com a reportagem de Coletiva.net sobre o evento e suas expectativas

Conforme noticiado por Coletiva.net, a escritora gaúcha Martha Medeiros foi anunciada como a patrona da '71ª Feira do Livro de Porto Alegre'. "Recebi esse convite com imensa felicidade e alegria, porque ele não destaca apenas um momento da minha vida, ou um único livro, mas sim, toda uma trajetória", afirmou a autora em conversa com a reportagem do portal.
Martha soma 40 anos de literatura, desde o 'Strip-Tease', seu primeiro livro que foi lançado em 1985. Para ela é legal olhar para trás e ver toda essa estrada percorrida e se dar conta de que está colhendo o que plantou. "É bem essa a minha sensação, de que estou sendo reconhecida depois de muito serviço prestado", celebrou.
Segundo a escritora, o que a deixou mais feliz foi ver como as pessoas à sua volta reagiram à notícia. "O pessoal do jornal, amigos, colegas e escritores, todos estavam muito empolgados, e era uma atitude genuína. Percebi que todos eles estavam querendo comemorar esse gol comigo, foi uma grande arquibancada que levantou, fiquei felicíssima."
Patronagem
"O sentimento de ser patrona é muito legal, até porque são apenas nove patronas mulheres até aqui, em 71 edições da Feira", afirmou. Para Martha, o cargo pode abrir portas para que outras escritoras possam receber o convite. "Nós temos muitas mulheres talentosas produzindo aqui no Rio Grande do Sul. Então espero que o fato de ser patrona neste ano seja motivador para que nos próximos mais mulheres ocupem esse cargo e possam ser homenageadas também."
Para a escritora, a 'Feira do Livro de Porto Alegre' é o principal evento cultural do Rio Grande do Sul, e que a literatura é base para todas as outras expressões artísticas. "A literatura é base para o teatro, para o cinema e para a música. Ela é o alicerce e o suporte para a cultura em geral. Então é maravilhoso que a gente tenha uma feira tão longeva", enfatizou.
A Feira
Martha acha importante que a Feira aconteça em um lugar público, sem barreiras para entrar, e que seja um ambiente em que todo mundo possa conviver e se encontrar com seus autores favoritos. "Acho que é uma grande festa literária e uma forma de aproximação com o livro. Tenho muito essa preocupação de que o livro não seja um objeto solene e distanciado da realidade das pessoas. Quanto mais perto estivermos dos livros convivendo com eles, mais vontade teremos de lê-los", disse.
De acordo com a escritora, o público pode esperar, dela como patrona, uma presença efetiva e constante. "Se puder, irei todos os dias à Feira, em algum momento, para cumprimentar os colegas, mas principalmente para receber de braços abertos os visitantes da feira, que é o principal", adiantou.
Na opinião da autora, a patrona tem a função de ser uma anfitriã e uma estimuladora da leitura. "Quero ser uma patrona que leve um pouco de popularização e que não seja uma figura distante, mas sim, muito próxima. Quero tirar muitas selfies, abraçar os leitores, conversar com eles, e, de repente, promover algumas ações alegres", sugeriu.
Martha quer que as pessoas vão à Feira com "espírito de festa", de alegria e de diversão. "Acho muito importante que as pessoas lembrem que ler não só é importante porque a gente fica mais inteligente e ganha mais conhecimento, mas porque é divertido. Se a gente costuma maratonar séries, por que não maratonar livros? É nesse espírito que quero participar da Feira", finalizou.