Versão da hora

A revista Playboy, quem diria, não publicará mais imagens de mulheres nuas

Hugh Hefner | Crédito: Reprodução
Com o argumento de que a internet tornou a nudez desatualizada e revistas voltadas para o público masculino não são mais tão comercialmente viáveis, a revista Playboy informou que vai parar de publicar imagens de mulheres nuas como parte de sua reformulação. A circulação da versão norte-americana da Playboy caiu de 5,6 milhões em 1970 para os atuais 800 mil exemplares, segundo números oficiais.
A revista ainda contará com as mulheres em poses provocantes - embora não totalmente nuas. A decisão, segundo informou o New York Times, foi tomada no mês passado em uma reunião em que participaram o fundador da Playboy e o atual editor-chefe, Hugh Hefner. Executivos da revista admitiram que a Playboy, que foi fundada em 1953, tinha sido ultrapassada pelas mudanças em que foi pioneira. "Essa batalha foi travada e ganha", disse o diretor-executivo Scott Flanders, da Playboy. "Você agora está a um clique de distância de cada ato sexual imaginável, gratuitamente".
O site da Playboy já baniu a nudez, em parte, para dar-lhe o acesso a plataformas de mídia social como Facebook e Twitter. E sua popularidade aumentou, com a quadruplicação do tráfego na web. A decisão da publicação tem o apoio de Hefner, hoje com 89 anos. No Brasil, a Editora Abril, que publica o título no Brasil, informou que ainda "não há nada decidido" sobre uma mudança no mesmo sentido. Segundo o diretor de redação da Playboy brasileira, Sérgio Xavier, a Playboy americana  tem a tradição de respeitar os mercados locais e deixar os parceiros em outros países com autonomia para decidir "o que é melhor e como fazer".
"Não sabemos ainda como vai ser o processo nos EUA, não houve qualquer comunicado aos parceiros", disse Xavier, admitindo, no entanto, que a questão do nu "precisa ser melhor pensada". "Acho, pessoalmente, que faz todo sentido o que o Hefner faz, estamos gradativamente perdendo com o nu", diz Xavier. "Mas precisaremos pensar no ?como fazer a transição?. Teremos muito o que pensar e debater", acrescentou.
A Playboy é editada no Brasil há 40 anos, desde o início pela Abril. A editora disse que "por confidencialidade", não pode detalhar termos do contrato da parceria.

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