Peter Kronstrom apresenta tendências em comunicação

Palestra de abertura teve a casa cheia para ouvir o dinamarquês da Compenhagen Institute For Futures Studies

Peter Kronstrom detalhou as mudanças na área de mídia
Em um português um tanto enrolado, mas totalmente possível de compreender, o dinamarquês Peter Kronstrom, da Compenhagen Institute For Futures Studies, comanda a palestra de abertura oficial da Semana ARP da Comunicação 2015. Com bom humor, o convidado especial falou para um público de mais de 100 pessoas presentes sobre o tema "Choque de realidades: como o futuro vai reconfigurar o rol de comunicação".
Peter, que também é membro do conselho consultivo do Consulado Geral da Dinamarca e do Centro de Inovação Dinamarquês em São Paulo, inicia sua explanação afirmando que "o futuro é agora" e que o nome da empresa que trabalha trata a palavra futuro no plural por ter certeza de que existem diversas possibilidades dele. Para brincar com essa ideia, o dinamarquês citou William Gibson: "O futuro já está aqui, apenas não está bem distribuído".
Nessa linha, Peter mostrou um desenho feito em 1956, que retratava o futuro no ano 2000 para mostrar como muitas situações representadas na imagem podem ser conferidas hoje em dia, como compras pela internet, painel de controle de uma casa automatizada, entre outros. Conforme o convidado, apesar do desenho, muitas pesquisas mostram que o mundo está mudando a lógica industrial para uma sociedade dos sonhos. "É ela que vai determinar o nosso trabalho nos próximos anos. As pessoas deixarão de ser tão materialistas", aposta o dinamarquês.
Para prever alguns aspectos do futuro, Peter explica que costuma determinar cenários baseados em incertezas e que as consequências dessas possibilidades são centradas em algumas mudanças de paradigmas, que devem ser consideradas dentro de 10 ou 15 anos. Depois disso, brincou: "Mas as pessoas estão aqui para saber o que vai ser da indústria de mídia. Todos querem saber disso e já aviso: eu não sei". A sua certeza, no entanto, é de ser necessário acompanhar toda e qualquer mudança, "pois a pior coisa que podemos fazer é não fazer nada".
Entre as tendências para o futuro da comunicação, Peter citou a economia de compartilhamento, e, segundo ele, isso inclui compartilhar espaços físicos, como o banheiro de casa, disponibilizando ele para pessoas que estejam, por exemplo, em um carnaval de rua. Outra mudança está em transformar produtos em serviços, como no caso dos DVDs, que viraram Netflix e os mapas, que viraram Waze.
Na visão do palestrante, a velocidade das tecnologias também é algo que precisa ser observado. Ele explica com números: "O telefone demorou 75 anos para atingir 50 milhões de usuários; o Facebook levou três anos e meio; o maldito jogo Angrybirds, apenas 35 dias". Peter ainda afirmou que, hoje, todos podemos ser nossos próprios mass media. "E isso é um pouco assustador", diz, bem-humorado. Peter ainda destacou que as três tecnologias do mundo com maior penetração são o fogo, a roda e o smartphone. "E esse último não é o fim da evolução, mas algo muito mais profundo, pois tem uma evolução não linear", destacou.

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