Em relatório, Abert lamenta violência contra jornalistas

Oito mortes e 64 casos de agressões de profissionais da Comunicação foram registrados em 2015

Relatório Abert | Reprodução
Na última segunda-feira, 22, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) lançou o "Relatório Abert sobre Liberdade de Imprensa - 2015". No documento, consta que, no ano passado, foram registrados oito mortes (sendo três delas em apenas 11 dias) e 64 casos de agressão a profissionais de Comunicação em exercício. Somados os casos de ameaças, intimidações, vandalismo e ataques, foram 116 violações à liberdade de expressão.
De acordo com nota emitida pela entidade, no ranking de violência contra esses profissionais, o Brasil ficou em situação pior que muitos países em guerra. "Foi um ano cruel para o jornalismo brasileiro. Está ocorrendo uma inversão de valores, onde o profissional da imprensa devidamente identificado tem se tornado alvo das agressões, seja pelos próprios manifestantes ou, ainda mais grave, pelos policiais que têm a obrigação constitucional de garantir a segurança desses profissionais", declarou o presidente da Abert, Daniel Slaviero.
A frequência e o aumento da violência contra jornalistas preocupam a Abert, que considera inaceitável que profissionais sejam impedidos de atuar na cobertura de fatos de interesse da sociedade. Para Slaviero, 2016 preocupa ainda mais, por ser ano de eleições municipais. Segundo ele, todos os casos de assassinato que ocorreram em 2015 estavam relacionados à investigação em casos de corrupção, seja envolvendo agentes públicos ou empresários.
"Como estamos em um ano de eleições municipais e os veículos de comunicação fazem um papel investigativo muito forte, é uma preocupação para a Abert e para as outras entidades que acompanham o trabalho jornalístico que esses números não sejam agravados. E para que isso não ocorra, precisa haver uma ampla investigação, apuração e punição rigorosa nesses casos para que outras pessoas que queiram ter esse tipo de atitude contra profissionais da imprensa sejam inibidas", afirma Daniel.
A edição deste ano do Relatório Abert está diferente das anteriores em relação ao período de apuração. Antes, os dados eram computados de outubro a outubro e apresentados durante a Conferência da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR). A atual versão compila casos que aconteceram durante todo o ano, de janeiro a dezembro. Para acessar o documento na íntegra, clique aqui.

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