"O papel de educador do Jornalismo está no DNA da imprensa", diz jornalista

Primeiro painel contou com articulista do jornal O Estado de S. Paulo, Eugênio Bucci, e vice-presidente Editorial do Grupo RBS, Marcelo Rech

Marta Gleich, Eugênio Bucci e Marcelo Rech | Divulgação
Para dar início à programação de mais uma edição do Em Pauta ZH especial de aniversário dos 52 anos da publicação impressa do Grupo RBS, a diretora de Redação de Zero Hora, Marta Gleich, mediou o primeiro painel com o professor da USP, colunista da revista Época e articulista do jornal O Estado de S. Paulo Eugênio Bucci e o vice-presidente Editorial do Grupo RBS, Marcelo Rech. Com o tema "A relevância do Jornalismo para a sociedade", os debatedores falaram sobre os deveres do Jornalismo e como ele atua frente aos acontecimentos mundiais para informar o público.
De acordo com Bucci, para entender o papel do Jornalismo, é preciso comparar a imprensa com a sua própria história. "Nosso Jornalismo é impactado cada vez mais pela democracia e a imprensa tem um compromisso com a sociedade", defendeu, e acrescentou que este é um período novo, e a qualidade da imprensa no Brasil tem sido pauta em debates internacionais. "Estamos em uma sociedade que se internacionaliza permanentemente", explicou. Bucci ainda falou que somente o Jornalismo coloca a sociedade em conversa consigo mesma, e que o papel de educador do Jornalismo está no DNA da imprensa.
Marcelo Rech disse que o Jornalismo profissional está confrontado. "De um lado, temos um conteúdo gigantesco, e que nem sempre tem certificado de origem", falou, e defendeu que, ao contrário de isso representar uma ameaça ao Jornalismo, é uma oportunidade aos jornalistas profissionais. "Temos à nossa frente opiniões de todas as espécies e um conteúdo mais elevado, em um patamar mais crível. A fofoca da praça pública se tornou universal", refletiu.
Ao final do debate, o presidente emérito do Grupo RBS, Jayme Sirotsky, falou sobre a imprensa hegemônica, mas defendeu que existem comportamentos diferentes nos diversos meios de comunicação. "Há o jornalismo independente e os que seguem uma doutrina, mas isso é natural. Não significa que esses meios não passem as informações aos cidadãos", comparou. Jayme disse ainda que, no Brasil, tem-se uma imprensa heterogênea, tanto em jornais, TVs e rádios. "Temos uma imprensa com vitalidade e isso nos coloca em posição de sermos partícipes positivos em um momento delicado como esse que discute o futuro da nossa sociedade", opinou.
Sobre o tema, Bucci questionou se a sociedade realmente entende que se tem uma imprensa heterogênea. "Há uma percepção que incentiva uma desconfiança estrutural na imprensa, às vezes por boatos e outras vezes por fatos", argumentou e convidou os presentes a refletir sobre o papel da imprensa e dos jornalistas frente a esse questionamento.

Comentários