Alright Summit: ministra Cármen Lúcia abre tarde de painéis

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral falou sobre a importância da imprensa durante o período eleitoral

Ministra Cármen Lúcia em discurso no Sesi Lab, em Brasília, durante Alright Summit - Crédito: Coletiva.net

Foi lançada no início deste mês a campanha 'A mentira destrói seu voto', uma realização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner). Para falar sobre a ação, bem como a importância da imprensa durante o período eleitoral, esteve presente no Sesi Lab a ministra Cármen Lúcia, atual presidente do TSE.

Durante o discurso, a ministra salientou que não se constrói uma democracia sem uma imprensa livre, comprometida e responsável. "Nós temos tido historicamente, desde o Império, grandes jornalistas que contribuíram para os maiores avanços que tivemos no Brasil. Mas aprendi, como juíza, que não é possível realizar eleições seguras e transparentes sem a imprensa", frisou ela, ao destacar que no momento das eleições a importância da imprensa se avultam. 

Conforme analisou a ministra, nos últimos anos, com as novas tecnologias, há uma transformação no tipo de informe e dados que são passados e fazem com que os juízes conversem com os eleitores de uma maneira distinta da que faziam antigamente. "Passamos a precisar mais da imprensa livre, comprometida e responsável. Exatamente porque hoje todas as pessoas recebem nas suas telas um volume de dados que é de tal maneira vultoso e não dá para ninguém racionar." 

Cármen Lúcia salientou que o espaço eleitoral é uma forma de se institucionalizar espaços de exercícios de liberdade para a escolha de governantes. Além disso, que em uma democracia, os cidadãos escolhem o que querem para o presente e futuro deles. "A Justiça Eleitoral, como um ramo do Poder Judiciário, pensa nas próximas gerações, enquanto os políticos nas próximas eleições."

Para a ministra, a imprensa é quem realiza a organização, a administração e o planejamento da divulgação do que o eleitor precisa saber, ou seja, uma garantia de sua liberdade de escolha. Por isso, acredita que "talvez em nenhum outro momento sejamos tão livres politicamente no sentido social, do que quando estando na urna". 

Campanha

Com o mote 'Jornalismo é confiável, fala nossa língua, protege da desinformação e fortalece a democracia', a ação conta com duas cartilhas em formato playbook - uma para eleitoras e eleitores e outra para jornalistas - com linguagem adaptada para atender às diferentes regiões do país e alcançar um público mais amplo.

"Nesta campanha, pensamos em conversar com cada eleitor usando o tanto quanto possível da própria linguagem. Chegamos a denunciar que a mentira pode embaçar a liberdade sem que se aperceba disso até mesmo em nheengatu (a língua mais comum do Amazonas). Isso para que o indígena eleitor, possa escolher e saber que ver aquela mentira na sua linguagem pode sim comprometer a liberdade", explicou Cármen Lúcia.

Por fim, encerrou o discurso dando um recado à imprensa presente. "Da minha parte, da Justiça Eleitoral, conto com todos os senhores profissionais da imprensa para que digam o que está certo, errado e o que pode melhorar. Principalmente, não a mim, mas a cada eleitor e eleitora brasileiros", destacou ao evidenciar: "que os senhores sejam capazes de fazer face, ser uma resistência permanente mas principalmente ser o canal apropriado de cada cidadão e cidadã brasileiros".


Coletiva.net está em Brasília para cobrir o Alright Summit, promovido pela Alright. O evento, realizado em 21 de agosto de 2024, conta com oito painéis sobre os desafios enfrentados por veículos jornalísticos locais e estratégias para o fortalecimento deles frente a regiões consideradas "desertos de notícias". O público pode conferir matérias e entrevistas exclusivas sobre o evento no portal, repercutidas nas redes sociais - Facebook e Instagram -, além de drops em Coletiva.rádio.

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