Cinco perguntas Gisele Figueiredo

Jornalista gaúcha, radicada em Roma, Gisele Figueiredo participou do Conclave pelo SBT-RS

Gisele Figueiredo mora em Roma há 20 anos, entre 'idas e vindas' - Crédito: Arquivo pessoal

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou Gisele Figueiredo, tenho 52 anos, sou mãe do Gianluca, de 23 anos, e da Giulietta, minha buldoguinha francesa, quase 12. Mulher LGBT de fé, canto, danço, sapateio, batuco, rezo e escrevo. Mulher de fases, tenho uma fortíssima parte gaúcha tecida em Porto Alegre, outra parida nas areias da Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro e outra bem significativa cultivada nas vielas de Trastevere e do Centro Histórico da cidade eterna, Roma e no Vaticano.

Ex-vocalista da banda Bidê ou Balde com altíssima vocação para ser uma cidadã do mundo. Viajante nata, filha de pai diplomata e mãe Miss, vivi de país em país, aprendi cinco idiomas e sou phd em fazer bons amigos e contar histórias únicas. Sem raízes, sou uma mulher em muitas, apaixonada pela vida e sempre com uma mala como se fosse um apêndice do próprio corpo.

Jornalista de formação, filha da Famecos, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) no auge dos anos 1990 e profissional qualificada com Mestrado em Cultura de Paz e Comunicação dos Conflitos Internacionais Armados e Sociais pela Universidade Autonoma de Barcelona.

Coração descompassado, milito nas esquerdas da vida - trabalhei nos três mandatos de Lula e também com Dilma, Tarso Genro, Olívio Dutra e outros políticos renomados no Rio Grande do Sul. Trabalhei na Assembleia Legislativa do estado, no Tribunal de Contas do RS, no Ministério da Justiça em Brasília, na Radio Vaticano, em Roma. 

Atravessei oceanos e me dediquei à proteção dos Direitos Humanos com forte atuação no desenvolvimento de projetos com foco em mulheres e crianças vulneráveis vítima de guerra junto à Cruz Vermelha Internacional. Sou um corpo político em constante transformação, uma ativista internacional incansável no combate à violência contra a mulher. 

2 - Como surgiu o interesse pela área da Comunicação?

Sempre fui extremamente expansiva, até demais (risos). Era aquela criança que brincava de apresentar o Jornal Nacional, que fazia dos brinquedos um estúdio de rádio e televisão, que improvisava com microfones de varetas coloridas. Me lembro que fazia radionovelas e envolvia toda a família. E o sonho se tornou realidade, pois depois de adulta consegui fazer radionovelas com temática de gênero e combate à violência dentro da Assessoria de Comunicação do Ministério da Justiça. Fizemos também inúmeras Caravanas da Anistia, Campanha do Desarmamento e contra do Tráfico de Pessoas, pautas que me enchem de orgulho. Eu acho que já nasci jornalista com ganas de melhorar o mundo.

3 - Como foi participar da cobertura do Conclave pelo SBT-RS?

A minha relação com o Vaticano sempre foi forte, leve e fluida. Sou uma Vaticanista. Faz parte da minha história de vida, ir à Missa do Galo na noite de Natal, participar das missas de domingo na Piazza San Pietro, das bênçãos papais. Foi assim com o Papa Giovanni Paolo II, Papa Benedetto XVI, Papa Francesco e agora com o Papa Leone XIV. O convite para cobrir o conclave para o SBT-RS foi uma benção. Sabe quando tu faz o que gosta, sabe o que está fazendo e faz com amor, profissionalismo e emoção? Fiz tripla jornada de trabalho com entradas ao vivo e boletins gravados. Sou team SBT então honro e agradeço a oportunidade na certeza de que vocês da Coletiva.net e colegas de profissão ainda vão me ver e ouvir muito por aí.

4 - Há quanto tempo mora na Europa? Como é sua atuação profissional?

Entre idas e vindas são mais de 20 anos. Sou uma profissional de Comunicação que ama trabalhar e portanto dedica mais de 10h do dia a alguns projetos como Natitaliani - que é uma associação italiana que tem por objetivo unir e dar apoio aos italianos nascidos no exterior (como eu) na tutela dos seus direitos, sobretudo do ius sanguinis, tão comentado ultimamente por ter sido aprovada uma lei que literalmente extermina com os nossos direitos de sangue. Dou aulas de italiano e português para crianças, viajantes e idosos, além de estar sempre atenta às missões da Crocce Rossa Italiana. 

5  - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Gostaria que meu coração de viajante encontrasse um porto seguro para descansar, fosse ele em Moreré na Ilha de Boipeba na Bahia, na minha amada Palermo, na Ilha da Sicília na Itália, em alguma ilha grega desconhecida ou na periferia romana onde vivo com a minha atual companheira. Difícil fazer planos e para ser sincerona, vivo um dia de cada vez como se o último fosse e digo isso porque estou prestes a fazer novamente a travessia para fazer participar da eutanásia da minha Giulietta, que vive em Porto Alegre. Tutto Passa!

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