Cinco perguntas para Ana Aguiar

Repórter e debatedora esportiva na rádio Guaíba, ela é a primeira mulher a presidir o Conselho Deliberativo da Associação dos Cronistas Esportivos (Aceg)

Ana Carolina Aguiar - Crédito: Arquivo pessoal

1- Quem é você, de onde vem e o que faz?

Uma pergunta que sempre achei difícil de responder e que me remete ao início do livro 'O mundo de Sofia'. Entretanto, sem mais delongas sobre o sentido filosófico do questionamento, sou Ana Carolina Aguiar. Jornalista formada pela PUCRS desde 2018. Filha de dois gaúchos, um pelotense e uma rio-grandina, apaixonados pelo conhecimento, meu pai na área das exatas e minha mãe na das humanas, e, é claro, pelo futebol - uma casa grenal. 

Em meio à pandemia, decidi voltar para a mesma universidade da minha primeira formação para concretizar mais um sonho, o de tornar-me publicitária. Nasci em Porto Alegre, mas já morei em diversas cidades do Rio Grande do Sul nos últimos 27 anos da minha existência. A mais especial delas foi Sant'Ana do Livramento, onde vivi os melhores anos da minha vida e onde, apesar da distância da família, fiz muitos amigos e aprendi a cavalgar, uma das minhas atividades favoritas.

Apesar de nunca ter desejado trabalhar no rádio e ao longo dos meus cinco anos de faculdade deixar isso claro aos meus professores - para o profundo pesar de muitos deles que sempre disseram que esse seria meu futuro -, acabei virando radialista em 2013. Comecei trabalhando com redes sociais, uma paixão tão grande quanto o Jornalismo, mas rapidamente ganhei uma oportunidade na área e foi um 'amor à segunda vista'. Hoje sinto-me muito feliz em trabalhar no meio e, por meio do rádio, ter ganhado tanto conhecimento e vivido experiências únicas. 

2 - Você escolheu a Comunicação ou foi ela que escolheu você?

Difícil dizer. Foi um caminho natural para alguém que, como a minha avó paterna, 'conversa com todo mundo, faz amizade fácil e que, se bobear, na ausência de companhia, fala até com poste'. Sempre fui uma pessoa extrovertida e muito curiosa, sem medo de me jogar nas oportunidades que surgiram ao longo do meu caminho por não saber algo. Tudo se aprende! 

No Ensino Médio fiquei em dúvida entre os cursos de Química, pois sonhava em trabalhar em uma plataforma petroleira, e a Comunicação. Optei pelo Jornalismo, pois era uma oportunidade de ter muitas profissões em uma só - anotei isso no canto do meu teste vocacional. A falta de uma rotina e as constantes surpresas que a profissão traz como regra sempre me atraíram. Amava ler também, tanto que nos muitos verões que passei com minhas tias em Imbé e Tramandaí na adolescência, os livros eram sempre uma companhia constante. A confirmação veio quando vi o filme 'The Bang Bang Club', do diretor Steven Silver, e disse: 'é isso que quero fazer'. 

3 - Quais são os principais desafios que você viveu profissionalmente? 

Uma pergunta intrigante, pois, ao contrário de muitos, acredito que o mais fascinante no Jornalismo são os múltiplos desafios. Não os encaro com temor ou comemoro superações. Uso eles como combustível para continuar apaixonada pelo que eu faço. Já tive o prazer de participar de coberturas que duraram mais de 30 horas seguidas, me aventurei na televisão sendo a mais jovem em uma bancada extraordinária de grandes comunicadores, gerenciei projetos de Marketing e campanhas publicitárias. Também fui a primeira mulher a integrar de forma fixa dois dos mais tradicionais programas de debate esportivo do Rio Grande do Sul. Sou repórter, apresentadora e serei publicitária. Mesmo assim, o que me move é o questionamento "e aí, o que farei a seguir?". 

4 - Como está o trabalho à frente do Conselho Deliberativo da Aceg?

Um grande aprendizado! É extraordinário pensar que sendo tão 'verde na profissão' eu tenha conquistado esse espaço. Sinto-me muito honrada pela oportunidade de dividir esse espaço com pessoas tão capacitadas e com uma história tão rica na crônica esportiva. Ainda estou me inteirando sobre os processos e responsabilidades do cargo, mas o presidente Rogério Amaral tem sido um grande parceiro nesta etapa. Em meio a tantas mudanças, estamos conversando para que, o mais rápido possível, seja possível construir um ambiente cada vez mais pacífico, respeitoso e democrático de convivência entre todos os membros da Associação. 

Sou grata por ser a primeira representante feminina eleita como presidente do Conselho Deliberativo, mas tenho a plena convicção que não serei a última. 

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Os últimos dois anos mudaram muito a minha perspectiva sobre as mais diversas áreas da vida. Trabalhar como jornalista em meio à pandemia me fez refletir bastante sobre o conceito do sucesso estar atrelado ao da felicidade e o que isso significa para cada um, de forma individual. Por meio do autoconhecimento que adquiri no período e da reavaliação de muitos aspectos da minha trajetória com a ajuda de uma especialista em Psicologia, os sonhos e desejos de 2019 sofreram uma profunda metamorfose e chegaram outros em 2022. 

Próximo dos meus 28 anos, é difícil fazer um planejamento claro, mas agora a minha prioridade, com o retorno à normalidade, é concluir a minha faculdade e aproveitar ao máximo todos os dias. Acordo com a missão de tornar as próximas 24 horas incríveis e especiais. O meu desejo mais claro agora é, nos próximos anos, retornar para as telinhas, pois a televisão sempre foi uma paixão.

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