Cinco perguntas para Bruna Paulin

Jornalista criou uma 'corrente do bem' para auxiliar pequenas e médias empresas

Bruna Paulin - Fabio Alt

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz? 

Nascida em Porto Alegre, criada no Bom Fim, apaixonada por Arte desde sempre. Sou comunicadora, artista e produtora, e essas três funções sempre se misturam em todos os projetos que assino, sejam eles como criadora, ou executando ou pensando uma estratégia de comunicação. 

Sou formada jornalista e mestre em Comunicação pela PUC, e atriz formada pelo Tepa. Nesses mais de 15 anos de Assessoria de Comunicação, já passei por grandes eventos, como Porto Alegre em Cena, Bienal do Mercosul, o Cine Esquema Novo, que atendo há sete anos, e trabalhei com diversas instituições espaços culturais, como Theatro São Pedro, Goethe-Institut Porto Alegre, Aliança Francesa, IAB, Cinemateca Capitólio, além de grupos, produtoras, companhias de teatro e dança, artistas, editoras, entre outros. 

Ao longo desse período, fui desenvolvendo o que acredito que seja meu maior capital intelectual, que é construir pontes de relacionamento entre instituições, empresas e pessoas. É algo que tenho imenso prazer em fazer, além do trabalho de construção de imagem.

2 - O que a levou a ser jornalista? 

Sempre tive muito prazer em contar histórias, fosse escrevendo ficção, interpretando um personagem ou transformando esta história em produto da comunicação. Escrever sempre foi fácil e prazeroso. Quando fiz meu primeiro vestibular, ainda no Ensino Médio, sabia que queria estudar comunicação, mas não tinha certeza de qual curso. Fui me informar mais sobre as profissões, o dia a dia delas e conversar com colegas. Ajudou bastante na hora de escolher. 

O jornalismo ganhou a disputa, pois, inicialmente, meu desejo era trabalhar em rádio, queria trabalhar na Ipanema, adorava (e ainda adoro) ouvir a Katia Suman. Era a maneira que imaginava conseguir aproximar o interesse  em comunicação e a música. Engraçado que apesar de não ter seguido este caminho, acabei por escolher a temática do jornalismo e a música em meus trabalhos de graduação e mestrado, além de ministrar um curso sobre isso, e há três anos, ter voltado aos palcos com um espetáculo poético-musical intitulado 'Uma Nova Pele'. 

Hoje, o rádio está o mais próximo de mim profissionalmente desde meu início na carreira, pois estou desenvolvendo projetos em podcast para os clientes: há menos de dois meses, fui convidada pela Ana Adams, coordenadora cultural do CHC Santa Casa, para o projeto #CHConecta, que está disponibilizando uma série de conteúdos gratuitos nos canais da instituição, como apresentações de espetáculos que ocorreram no palco do CHC, além de podcasts, playlists e vídeos com conteúdos sobre arte, educação, história e lazer. 

Assino a curadoria de playlists no Spotify, produção, redação e locução da série de Podcasts do CHC, além de edição de materiais em vídeo para Instagram e YouTube. Os conteúdos são produzidos através de pesquisas realizadas pelas pesquisadoras, historiadoras e profissionais de produção do CHC, e alinhados com a analista de comunicação Thais Silveira. E a partir da semana que vem entra no ar o podcast da Casa de Cinema de Porto Alegre, que é cliente da Assessoria de Flor em Flor há quase dez anos. Aproveitando o projeto Fique na Casa, onde a produtora disponibilizou diversas obras gratuitamente no Vimeo, a primeira temporada do podcast da Casa vai contar histórias e curiosidades sobre algumas dessas produções. O primeiro episódio é sobre o curta-metragem 'O Dia em que Dorival encarou a Guarda', de Jorge Furtado e José Pedro Goulart, de 1986.

3 - Por que decidiu trabalhar na área de Assessoria de Comunicação, principalmente ligada à área cultural? 

O que mais gosto do trabalho na Assessoria de Comunicação é a construção da imagem. Acredito que também tenha a ver com o viés artístico, pois comparo a uma construção de personagem ou de enredo. Iniciei ainda estagiária na assessoria de imprensa da Famurs, e ali entendi o fazer diário e a importância do assessor no processo de comunicação. Hoje em dia, sem dúvida, os assessores fazem tanta reportagem quanto os colegas de redação. Temos uma imensa responsabilidade ao produzirmos e divulgarmos os conteúdos dos clientes, sejam nos veículos de imprensa, sejam nos canais próprios. E levar essas histórias a serem conhecidas é um prazer muito grande. Na minha trajetória, a Arte veio primeiro que a comunicação, e quanto mais passam os anos, mais misturadas elas estão na minha vida. Por isso era impossível fugir desse meio quando comecei a trabalhar. 

4 - Como surgiu a ideia de criar a 'corrente do bem', ao lado do Miltinho Talaveira, e quais são suas expectativas com este projeto? 

A 'corrente do bem' surgiu por conta de um convite que eu fiz ao Miltinho, através de uma ação do Restaurante Suprem, meu cliente. Propus a ele que escolhesse alguém, que estivesse em ação na rua, para ser presenteado com um almoço. O que de melhor podemos fazer neste momento tão tenso se não nos conectarmos com as pessoas? Por isso, ao invés do tradicional momento 'recebidos' para divulgar o delivery, provoquei influencers a enviarem de presente refeições para pessoas que não podem ficar em casa neste momento, como profissionais de saúde. A partir disso montamos um serviço de consultoria focado em boas ações para clientes de pequeno e médio porte. Uma maneira de orientar, acalmar e apresentar alternativas a marcas que não possuem um profissional de comunicação em sua equipe. Realizamos um mapeamento de pequenos negócios e oferecemos gratuitamente uma consultoria e análise inicial de pequenas ações. 

A gente usa um pouquinho do nosso olhar raio-x, um tanto da nossa expertise, outro tanto de praticidade e auxilia esses negócios, seja divulgando nas nossas redes, seja coletando pautas bacanas e divulgando entre os colegas de imprensa, seja ensinando algum comerciante a colocar um whatslink no Instagram. São ações simples, mas que a gente sabe que acabam dando uma injeção de esperança em quem recebe e pra gente é de uma alegria que não tem tamanho a sensação de dever cumprido.

É possível ser criativo e se conectar com as pessoas com ferramentas acessíveis, sem precisarmos construir projetos que não fazem mais parte da realidade que estamos vivendo. A honestidade, a nossa 'cara limpa', são posicionamentos que serão cada vez mais cobrados das marcas pelo público. A ideia está sendo realmente poder ajudar e alavancar boas iniciativas, empresas que acreditem que é possível mesmo em tempos de crise fazer o bem e crescer ao mesmo tempo. Já atendemos mais de 20 empresas e projetos das áreas de gastronomia, tecidos, ótica, máscaras e também cultura.

Nossa 'corrente do bem' foi abraçada por outros profissionais de comunicação, e agora temos o apoio do Estúdio Velvet na fotografia e da Vaibe Filmes para produtos de audiovisual. O Estúdio Velvet está produzindo imagens para serem utilizadas nas redes e e-commerce dos clientes e a Vaibe fornece uma série de orientações para os clientes produzirem vídeos com melhor qualidade, como editar, etc. Além disso, vamos começar a produzir conteúdos para nossas redes com edição deles. As expectativas com o projeto são de auxiliar o maior número possível de empresas, além de também produzirmos conteúdos relevantes que possam ser utilizados por diversos públicos. Em breve, teremos muitas novidades para contar sobre isso.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos? 

Acredito que mais do que nunca o trabalho de comunicação será essencial nesses novos tempos no mundo pós-pandemia. Estamos vivendo um momento único e especial de transformação e mudança de comportamentos e valores e isso é muito empolgante. Difícil projetar concretamente como serão esses próximos anos. Mas espero que daqui a cinco anos esteja criando e produzindo conteúdos relevantes e trabalhando em projetos com propósito e empatia, onde possa deixar uma marca autoral, auxiliar o crescimento de marcas e pessoas e ter prazer em tudo isso.

 

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