Cinco perguntas para Eliane Iensen

Seja em veículos ou na assessoria, jornalista destaca a importância da informação com qualidade

Eliane Iensen - Lucas Dalfrancis/Critério

1- Quem é você, de onde vem e o que faz?

Eu sou de Santa Maria, estudei e morei lá até me formar pela UFSM. Em 1997, fui morar em Caxias do Sul, onde trabalhei como repórter no Jornal Pioneiro e, depois, tive uma experiência no Jornal de Santa Catarina, em Blumenau. No início de 2000, retornei ao Rio Grande do Sul e vim para Porto Alegre. Comecei como plantonista nas editorias de Geral e Polícia de Zero Hora e, em seguida, fui editora assistente de Política. Trabalhei também em campanhas eleitorais à prefeitura e ao governo do Estado e como freelancer de algumas revistas - como a Veja Comer & Beber e Claudia -, que me permitiram conhecer lugares bacanas e pessoas que trocaram carreiras para viver da gastronomia (numa época em que isso ainda não era tão comum). No jornal Correio do Povo, onde fiquei por quase seis anos, fui redatora na Central de Textos, editora de Polícia e de Rural. No governo do Estado, tive a oportunidade de visitar muitos municípios e de estabelecer contato com vários jornalistas, em função dos roteiros pelo interior, o que permitiu conhecer várias regiões do RS. 

2- Quais as principais diferenças entre trabalhar em uma agência e em um veículo de imprensa?

Tanto em agência quanto numa redação, sempre buscamos a melhor informação, a mais completa, precisa e relevante. De um lado, repórter e editor trabalham pelo exclusivo, pelo que é mais importante em determinado contexto para que a matéria chegue ao público de forma completa, clara, explicativa. Na agência, também buscamos a melhor informação e ajudamos os clientes a mostrar e valorizar, de forma estratégica, aqueles fatos que são mais relevantes e mais bem-sucedidos em uma determinada ação ou projeto. No meio disso, todos correm contra o relógio e lutam pelo melhor espaço para emplacar uma chamada na capa, estar na escalada de um telejornal ou emplacar a manchete no site. Em comum, está o desafio de contar uma boa história - algo essencial para o jornalista. Diariamente, trabalhamos para levar aos veículos, informações de relevância, que tenham uma boa história, com dados, mostrando os benefícios de um determinado projeto, por exemplo. Na atual atividade na Critério, vejo uma equipe qualificada, unida e forte, que busca conhecer a essência do cliente para alcançar o melhor resultado.  

3- Na Critério, você trabalha atendendo segmentos de agronegócio e de saúde. Como é atender setores tão diferentes? 

São áreas distintas, mas ricas e instigantes, onde pesquisas e resultados apontam os benefícios a um determinado segmento, que podem se multiplicar pela sociedade. Gosto de escrever, pesquisar, organizar informações e buscar 'traduzir' assuntos que se tornem atrativos como pautas. A cobertura de áreas especializadas nos permite colocar uma lupa em determinados assuntos e explicar como a pesquisa X pode beneficiar muitas pessoas ou como uma tecnologia vai facilitar o trabalho de quem planta e vive da terra. E não só isso: há um constante aprendizado e público para segmentos específicos. Neste período em que estou na Critério tenho exercido essa tarefa: contar histórias de ações na saúde e ou de uma tecnologia que ajudam o agricultor a incrementar a produtividade naquela mesma área que ele já plantou em outros anos.

4- As redes sociais mudaram muito o seu trabalho?

As redes sociais são mais uma ferramenta que dispomos para comunicar. Cada vez mais, exigem uma linguagem especializada e devem se somar aos tradicionais veículos. Exigem, sim, que a gente estude e faça o melhor uso delas. Mas não podemos descuidar da informação. Isso é primordial no jornalismo e deve ser valorizado nas redes sociais.

5- Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Com a pandemia, fica difícil fazer planos em um prazo mais longo. A gente pensa no hoje, no agora, em como fazer o melhor a cada dia. Nos últimos meses, tivemos de nos adaptar a uma vida muito mais digital, com reuniões por vídeo e muita mensagem instantânea. Meus planos mais imediatos são desempenhar as atividades que exerço com dedicação e propósito, poder visitar minha família em Santa Maria (o que não tem ocorrido por conta da pandemia) e cuidar da minha saúde. Também estão nos planos fazer um doutorado, estudar mais sobre vinhos e gastronomia (área que trabalhei por alguns anos) e seguir contando boas histórias, trabalhando com pessoas que respeito e admiro, com propósito e firmes na caminhada.

Essa entrevista foi realizada pelos alunos de Estágio I do curso de Jornalismo, do Centro Universitário Metodista IPA.

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