Cinco perguntas para Fábio Schaffner
Natural de Bagé, repórter de Zero Hora construiu a trajetória na trilha de histórias de impacto

1. Quem é você, de onde vem e o que faz?
Eu sou Fábio Schaffner, nascido em Bagé, na região da Campanha, filho do tenente Flávio e da professora Julieta, pai da Laura e da Helena, e marido da Juliana. Sou jornalista e tenho 50 anos de idade.
2. Por que escolheu o Jornalismo?
Por vocação, acredito. Sempre gostei muito de ler, devorava livros, revistas e jornais na infância e adolescência. Aos 14 anos, descobri o Jornalismo musical e fiquei fascinado por aquele universo. Meu sonho era viajar, assistir a shows de rock, entrevistar os músicos e escrever sobre bandas, discos e espetáculos. Curiosamente, talvez seja o tema sobre o qual menos escrevi em 29 anos de carreira.
3. Em setembro, você recebeu um reconhecimento no 'II Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário', que se soma a tantos outros que já conquistou. O que essas premiações significam?
Me sinto muito grato com os prêmios de Jornalismo. Considero um reconhecimento profissional e um estímulo. Mas eles não movem meu ofício. Procuro fazer reportagens que considero relevantes. Cubro muito o poder, então dedico um bom tempo a matérias sobre a Política e o Judiciário, mas estou sempre atrás de histórias interessantes Rio Grande afora, seja a de um ermitão que vive no meio do cânion, um rapaz que se veste como se estivesse na Inglaterra vitoriana ou de um serial killer. Meu foco é Jornalismo de impacto. Prêmios são uma consequência bem-vinda.
4. Você tem uma trajetória de mais de 20 anos em Zero Hora, somando as duas passagens. Quais momentos do seu trabalho foram mais desafiadores?
Puxa, creio que todos. Meu início foi desafiador, como correspondente no Interior. Depois, atuei em Brasília, em meio a crises políticas, escândalos de corrupção e o julgamento do Mensalão. Voltei ao jornal em meio à Lava Jato e ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, que cobri in loco, bem como o julgamento, a prisão e a soltura do presidente Lula.
Neste ano fiz um podcast true crime em seis episódios e foi muito desafiador. E no mês passado cobri em Brasília o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, outro evento político inédito e que exigiu muita dedicação. Não sei qual será minha pauta amanhã, mas me sinto desafiado todos os dias por uma profissão surpreendente e apaixonante. Não à toa, ainda estou aqui.
5. Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?
Bah, não tenho a mínima ideia. Nunca fui bom em fazer planos. Espero estar embrenhado em algum confim desse Estado, de botas nos pés e bloco na mão, entrevistando pessoas que me ajudem a contar uma história entusiasmante, cujas primeiras frases sejam de um magnetismo capaz de atrair a atenção dos leitores do início ao fim. Se for assim, estarei feliz.