Cinco perguntas para Matheus Pannebecker

Jornalista, criador do blog Cinema e Argumento, agora apresenta o programa 'Festival Passaporte Prime'

Além de trabalhar com Educação, jornalista Matheus Pannebecker se dedica ao Cinema - Divulgação

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Meu nome é Matheus Pannebecker, sou jornalista e pós-graduado em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia. Comecei a minha carreira em Assessoria de Imprensa e, atualmente, estou no campo da Educação, desenvolvendo projetos de nível nacional e trabalhando com produção de conteúdo e relacionamento junto a professores de diferentes pontos do Brasil e do mundo. Paralelamente, atualizo o meu blog Cinema e Argumento, apresento o Festival Passaporte Prime no Canal Prime Box Brazil e realizo alguns trabalhos freelancers de conteúdo, divulgação e redes sociais para clientes de diversas áreas, especialmente a cultural.

2 - Por que decidiu trabalhar com Cinema?

Acredito que não foi uma decisão, mas sim algo que veio naturalmente com o tempo. Fiz Jornalismo justamente porque queria me dedicar à área cultural, e acho que tudo começou por aí. Tanto pelo meu desejo quanto pelas oportunidades, acabei me inserindo no meio, o que vai desde o meu trabalho com o Cinema e Argumento, que está no ar desde 2007, até clientes que atendi em diferentes momentos das minhas experiências, como o Festival de Cinema de Gramado. Ainda que o Cinema não seja a minha principal atividade como jornalista, é a que mais me encanta, e isso acaba se refletindo nas oportunidades que venho recebendo, especialmente nos últimos anos, quando passei a fazer parte da ACCIRS, da Film Independent, do Prime Box Brazil e de júris e comissões de seleção em Gramado.

3 - A partir do surgimento de diversos blogs e canais que trabalham com críticas e resenhas de filmes e séries, como você avalia hoje este mercado?

Costumo brincar que tudo era mato quando comecei o Cinema e Argumento em 2007. Lembro de acompanhar um número muito restrito de blogs. Não enchiam as duas mãos! Era tudo muito novo, feito por poucas pessoas e, talvez por isso mesmo, mais íntimo e personalizado. Claro que a proliferação de blogs e canais que trabalham o tema me deixa muito feliz, mas são poucos aqueles que resistem através dos anos. A perseverança, que não deixa de representar o amor de cada um pelo Cinema, é o que de certa forma divide as águas. Foram muitos os bons blogs e canais que vi surgir e que sumiram com a mesma velocidade que apareceram. Por isso, considero muito importante acompanhar aqueles que já tem certa tradição e que não querem apenas surfar na onda do momento, sem ter a disposição para abraçar o tanto de tempo, aprendizado e conhecimento que a atividade de escrever sobre cinema nos exige e nos proporciona. Esse 'boom' das métricas e do que pipoca no momento acaba muitas vezes ofuscando trabalhos que podem não ter os mesmos índices de seguidores ou algo do gênero, mas que entregam um conteúdo muito mais completo, diferenciado, e qualificado. É preciso achar um equilíbrio entre audiência, métricas e conteúdo para que possamos valorizar devidamente os trabalhos bacanas e não só aqueles que falam pelos números.

4 - Agora você apresenta o programa 'Festival Passaporte Prime'. Como está sendo essa experiência?

Tem sido um trabalho extremamente enriquecedor por duas razões. Primeiro porque tenho descoberto muito sobre a cinematografia chinesa, foco dessa primeira fase do Festival. Sempre gostei muito de estimular o público a procurar filmes de diferentes gêneros, propostas e culturas, o que definitivamente é a proposta do Passaporte Prime. Junto com os espectadores, aprendo bastante sobre a pluralidade do cinema oriental a partir dessa programação exclusiva do canal. E segundo porque tenho exercitado e encontrado melhor o meu perfil como comunicador audiovisual. Para quem escreve sobre cinema há quase 15 anos e só havia migrado para outra mídia em duas ocasiões para apresentar programas de rádio, me descobrir em frente às câmeras tem sido estimulante. Mais do que isso, pensar roteiros e até a estrutura técnica quando gravo em casa é outro momento que me faz pensar o quanto a comunicação é realmente muito mais complexa do que pode parecer para o público quando ele apenas assiste ao resultado na TV ou na internet. Só tenho a agradecer ao time do Prime Box Brazil por essa linda oportunidade.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

O mundo e a comunicação em si andam tão velozes e em constante mudança que fica difícil fazer planos até mesmo a curto prazo. No entanto, por ora, quero mesmo aproveitar esse meu ótimo momento no mercado da Educação, consolidar as propostas de trabalhos freelancers que têm aparecido com mais frequência e, principalmente, ampliar essa minha atuação com o cinema que tanto me traz alegrias e que vem me dando novos frutos nos últimos tempos. Fico na torcida para que novos desafios surjam pelo caminho!

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